segunda-feira, 13 de setembro de 2010

mais ácido do que nunca!

Comp@s! 
Comprei na semana passada e comecei a leitura. Ácida leitura, mas necessária, como toda a crítica de Bauman.
Depois comento!

(www.livrariacultura.com.br) Neste livro, Bauman analisa algumas questões morais e políticas. Instigado pelas perguntas da jornalista e pesquisadora Citlali Rovirosa-Madrazo, o sociólogo fala, entre outros temas, da crise financeira mundial, do fundamentalismo religioso, e até de fenômenos como a engenharia genética e a clonagem humana. O autor desenha o cenário do mundo e explica como se passa de uma sociedade de produtores para uma de consumidores. Nesse panorama, homens e mulheres, velhos ou jovens, se transformam numa verdadeira raça de devedores.
“O capitalismo, exatamente como os sistemas de números naturais do famoso teorema de Kurt Gödel (embora por razões diversas) não pode ser simultaneamente coerente e completo. Se é coerente com seus princípios, surgem problemas, não pode fazê-lo sem cair na incoerência em relação a seus próprios pressupostos fundamentais.
Muito antes que Gödel redigisse seu teorema, Rosa Luxemburgo já havia escrito seu estudo sobre a ‘acumulação capitalista’, no qual sustentava que esse sistema não pode sobreviver sem as economias ‘não capitalistas’: ele só é capaz de avançar seguindo os próprios princípios se existirem ‘terras virgens’ abertas à expansão e à exploração — embora, ao conquistá-las e explorá-las, ele as prive de sua virgindade pré-capitalista, exaurindo assim as fontes de sua própria alimentação.
Sem meias palavras, o capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não pode fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, cedo ou tarde, as condições de sua prosperidade ou mesmo de sua sobrevivência.
Escrevendo na época do capitalismo ascendente e da conquista territorial, Rosa Luxemburgo não previa nem podia prever que os territórios pré-modernos de continentes exóticos não eram os únicos 'hospedeiros' potenciais, dos quais o capitalismo poderia se nutrir para prolongar a própria existência e gerar uma série de períodos de prosperidade.
Hoje, quase um século depois de Rosa Luxemburgo ter divulgado sua intuição, sabemos que a força do capitalismo está na extraordinária engenhosidade com que as espécies anteriormente exploradas se tornam escassas ou se extinguem. E também no oportunismo e na rapidez, dignos de um vírus, com que se adapta a idiossincrassias de seus novos pastos” - grifo meu
(cópia da citação do Blog Mundo do Livro).

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