Zygmunt Bauman vê nos protestos globalizados um “laboratório de ação social”. Mas alerta: sem projeto, indignação não se sustentará Entrevista a Vicente Verdú, do El País | Tradução: Antonio Martins Zigmunt Bauman, o filósofo e sociólogo polonês famoso por seu conceito de modernidade líquida – fértil a ponto de ser aplicado ao amor (líquido), arte (líquida), medo (líquido), tempo (líquido) e a quase qualquer coisa – publica, em espanhol, o ensaio 44 Cartas desde el mundo líquido. Além disso, o autor, que recebeu o prêmio Príncipe de Astúrias de Comunicação e Humanidades 2010, esteve em Madri para fazer conferência sob o título: A Solidariedade tem futuro? No sábado à tarde, à mesma hora da manifestação internacional dos indignados, conversamos em um hotel, a menos de 100 metros da Praça Atocha, onde, entre a multidão, não havia espaço para um alfinete. Pergunto a este professor emérito da Universidade de Leeds (Inglaterra) se lhe parece que as grandes manifestações maciças, pacíficas e tão heterogêneas conseguirão combater os abusos dos mercados, promover uma democracia real, reduzir as injustiças – em suma, melhorar a equidade no capitalismo global. Como professor que é, não responde à questão de um só golpe. De seu ponto de vista, os graves problemas da crise atual têm como causa principal “a dissociação entre as escalas da economia e da política”. As forças econômicas são globais e os poderes políticos, nacionais. “Esta descompensação, que arrasa as leis e referências locais, converte a globalização em uma força nefasta. Daí que os corruptos apareçam como marionetes ou incompetentes – quando não, corruptos”. O “movimento dos indignados conseguiria suprir a ausência de uma globalização política por meio da oposição popular”? Na opinião deste sábio de 86 anos, o efeito que se pode esperar deste movimento é “limpar caminho para a construção, mais tarde, de outro tipo de organização”. Bauman qualifica este movimento de “emocional”. Para ele, “embora a emoção seja útil para destruir, parece inepta para construir algo. As pessoas de qualquer classe e condição reúnem-se nas praças e gritam os mesmos slogans. Todos estão de acordo sobre o que rechaçam, mas haveria cem respostas diferentes se se perguntasse a eles o que desejam”. A emoção é “líquida”. Ferve muito mas também esfria, momentos depois. “A emoção é instável e inapropriada para configurar algo coerente e duradouro”. De fato, a modernidade líquida, em que se escrevem os indignados, possui como característica a temporalidade: “as manifestações são episódicas, e propensas à hibernação”. Seria preciso um líder carismático? Vários líderes inflamados? “O movimento não o aceitaria, já que tanto sua potência quanto seu prazer são a horizontalidade, sentir-se juntos e iguais. Isso, em grande medida, é negado pelo superindividualismo atual”. A superindividualidade “cria medos, impotências, uma capacidade empobrecida de enfrentar as adversidades”. O estresse é a enfermidade que acompanha este mal. “As pessoas sentem-se sós e ameaçadas pela perda do emprego, a diminuição do salário, a dificuldade de adaptação ao risco. O estresse é comum entre os desocupados, mas também entre os empregados, acossados por fechamentos de empresas e demissões, aposentadorias antecipadas ou salários cada vez mais baixos. Nos Estados Unidos, o estresse produz tantos danos econômicos como a soma de todas as demais enfermidades”. As faltas ao trabalho causadas por ele são avaliadas, diz Bauman, em 300 bilhões de dólares ao ano – uma cifra que não para de crescer. Tudo isso provocará um giro no sistema, um colapso ou alguma mudança substancial? Sua resposta é que, nestes momentos, prefere falar de “transição”, não de “mudança”. Necessitaria de dados mais sólidos para se pronunciar sobre o alcance dos movimentos atuais. “Antes, era preciso muito tempo para preparar protestos maciços como os do 15-M. Hoje, as redes sociais permitem articular enormes concentrações, em muito pouco tempo”. Mas voltamos ao ponto de partida: da mesma maneira que se concentram e atuam com velocidade, logo depois se detêm. O movimento cresce cada vez mais, porém o faz “por meio da emoção, falta-lhe pensamento. Apenas com emoções, não se chega a lugar nenhum”. O alvoroço da emoção coletiva reproduz o espetáculo de um carnaval, que acaba em si mesmo, sem consequência. “Durante o carnaval, tudo está permitido; mas quando ele termina, volta a normativa de antes”. Pode-se dizer, pensa o professor, “que nos encontramos numa fase especialmente interessante, como num novo laboratório de ação social”. Tarde ou cedo, a crise terminará. As coisas serão, sem dúvidas, diferentes. Mas de que modo? “Não me peça que seja profeta”, retruca Bauman. “Em alguns lugares, não em todos, o movimento alcançou conquistas importantes, mas não é extensível a todos os países”. O líquido continua válido para a previsão do futuro. A modernidade liquida se expressa, obviamente, em falta de solidez e estabilidade. Nada encontra-se suficientemente determinado. Nem as ideias, nem os amores, nem os empregos, nem o 15-M. Por isso, Bauman teme que o arrebatamento também acabe “em nada”. Não é certo, mas sendo líquido, como não pensar no risco de sua evaporação? Excerpt: Zygmunt Bauman vê nos protestos globalizados um “laboratório de ação social”. Mas alerta: sem projeto, indignação não se sustentará Export date: Mon Oct 31 12:00:54 2011 / -0200 GMT This page was exported from OUTRAS PALAVRAS [ http://www.outraspalavras.net] Fonte: Das emoções a um novo movimento : OUTRAS PALAVRAS : http://www.outraspalavras.net |
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Z. Bauman: Das emoções a um novo movimento
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Falta din-din de um lado... e sobra de outro!!!
E a Segurança Pública brasileira segue direitinho a lógica da indústria (cara) do controle do crime, que Nils Christie expõe magistralmente... e, ainda, achando que está inventando a roda.
E assim seguimos o velho e surrado, mas funcional, modelo eficientista... a eterna luta entre bandidos e mocinhos!
Após 6 meses, avião espião da PF sai à caça de criminosos(?)
FERNANDO MELLO
DE BRASÍLIA
A Polícia Federal colocou em operação na segunda-feira o primeiro Vant
(Veículo Aéreo Não Tripulado), avião espião que será utilizado para
combate ao tráfico de drogas e armas e contrabando.
Em cinco dias de voos, rastreou mais de 1.000 km na região da tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai).
As primeiras operações registraram três rotas que a PF acredita serem utilizadas por traficantes e contrabandistas.
Polícia Federal - Vant em operação na última quinta-feira |
Promessa da presidente Dilma Rousseff, o Vant chegou de Israel em março.
Desde então, teve problemas burocráticos e fez voos de teste.
Ficou parado mais de um mês perto de Foz do Iguaçu (PR) por falta de
gasolina. O pregão que definiria o fornecedor foi cancelado por falta de
candidatos, como a Folha revelou em abril deste ano.
VÍDEOS
A reportagem teve acesso aos vídeos e fotos produzidos com câmeras
acopladas ao avião. Quando o Vant voa a 5.000 metros de altitude, elas
conseguem captar com precisão movimentos que estão em um raio de até 40
km.
Um vídeo mostra embarcações com cigarros contrabandeados navegando pelo
lago de Itaipu. Um dos barcos é atracado perto de uma região de
floresta. A carga passa para carros e carretas e segue para ser
revendida no Brasil.
Em outro, duas lanchas suspeitas de levarem drogas e contrabando se separam e fogem em rotas diferentes.
As imagens são transmitidas a uma sala de controle e permitem a policiais coordenarem operações para prender criminosos ou segui-los.Vídeo
As imagens são transmitidas a uma sala de controle e permitem a policiais coordenarem operações para prender criminosos ou segui-los.Vídeo
Não houve prisões. A ideia é reunir informações que permitam rastrear o
caminho dos criminosos, evitando prender apenas os intermediários.
O Vant pode voar 37 horas ininterruptas. Uma vantagem é que, acima de 2.500 m de altitude, ele não é perceptível.
OPERAÇÕES CONJUNTAS
A PF fechou acordos com Receita Federal e Ibama para operações contra
contrabando e desmatamento usando imagens feitas pelo avião.
Além do Vant em uso, a PF comprou outro, que deve chegar no próximo mês.
Os dois integram projeto de R$ 650 milhões. Até 2015, a PF quer ter 14
deles em operação.
O Vant é utilizado por países como Alemanha, Canadá e Inglaterra. A Índia tem 50 iguais aos adquiridos pela PF.
Fonte: Folha.com de 09/10/2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
[Artigo] Ainda há tempo de salvar as Forças Armadas da cilada da militarização da segurança pública, por Nilo Batista
Recordemos a chacina do Pan,
aquelas dezenove execuções no Alemão antes dos Jogos. Recordemos
especialmente as capas das revistas semanais, que saudavam a operação
como alvissareira “novidade” nas técnicas policiais. Na foto da capa, um
inspetor da Polícia Civil conhecido por Trovão, em trajes de
expedicionário norte-americano no Iraque, degustava um charuto
caminhando numa viela sobre o corpo de algumas das vítimas da operação.
Dezenove
execuções não eram em si qualquer novidade. Afinal, a polícia carioca
está matando anualmente uns mil e duzentos suspeitos, e esta cifra
espantosa, este récorde mundial, alcançado gota a gota – dois
traficantes aqui, um assaltante acolá etc – jamais despertou maior
comoção na mídia. Se todos fossem mortos num dia só, teríamos em perdas
humanas mais do que na tragédia das chuvas na região serrana, incluindo
desaparecidos – na serra como nos registros policiais. Diluídas porém
no noticiário cotidiano, essas mortes oferecem a base para a
disseminação de um conformismo perigoso para o Estado de direito. A
“novidade” em uníssono saudada pela mídia não residia, por certo, em
ter aquela operação policial obtido num só dia o produto funesto de
três ou quatro. A “novidade” era a própria legitimação da brutalidade
policial. É isso aí. Vamos mostrar-lhes quem tem mais fuzis. Quem com
ferro fere... Não apenas tolerância, mas também culpa zero. E, por que
não, cumprida a tarefa, por que não saborear um purito pisando o sangue ainda quente dos inimigos?
Nos
jornais de 12 de fevereiro de 2011, estampou-se a prisão do inspetor
Trovão, suspeito “de ter participado da garimpagem no Complexo do
Alemão”, dentro da prática alcunhada “espólio de guerra” (O Globo, p.
21). Pobre Trovão. Ele não só se vestia e se sentia como um soldado em
plena batalha dentro de território inimigo, mas sobretudo confirmava
seus figurinos e sentimentos lendo os jornais. Guerra é guerra.
Essa
pilhagem teria ocorrido no que poderíamos chamar de segunda tomada do
Alemão, com o apoio de equipamentos bélicos e pessoal militar. Enquanto
embaixo um tanque, que poderia estar sendo pilotado por Marcílio Dias
ou por João Cândido, dissuadia toda resistência, lá em cima era Serra
Pelada, mangueiras e bateias a mil.
Recordemos
duas cenas daquela cobertura ufanista, do que foi chamado de “Tropa de
Elite 3”. A primeira se deu quando aquele magote de favelados armados
fugia por uma estrada de terra. De repente, um deles foi alvejado. Não é
recente a criminalização desse fato, a execução de um suspeito que
esteja fugindo, que Sérgio Verani estudou pioneiramente entre nós; quer
perante o direito internacional, quer perante nosso direito interno,
aquilo foi um crime. No século XV, uma ordenação determinava que o
oficial de Justiça “nom o (o suspeito) deva matar por fogir, ainda
que d’outra guisa prender nom possa; e matando-o, averá pena de Justiça,
segundo no caso couber” (Ord. Afo. II, VIII, 10). Temos algo a
aprender com Afonso V, pois ninguém se interessou por aquele homicídio a
sangue frio, visto por mais de cem milhões de pessoas. Ninguém se
interessou. Nenhum jornalista, nenhum membro do Ministério Público,
nenhuma autoridade do Executivo, nenhum parlamentar, silêncio obsequioso
da OAB-RJ. Ao contrário, soube que uma repórter indagou a um
constrangido oficial da PM por que a polícia não tinha resolvido tudo
naqueles instantes de fuga.
A
segunda cena deve ser antecedida por um esclarecimento. Bens
adquiridos com o produto de práticas ilícitas serão perdidos para o
Estado – este é um dos mais conhecidos efeitos da condenação (art. 91,
inc. II, al. b CP). O patrimônio dos infratores – quando e
apenas quando comprovadamente oriundo da atividade criminosa – deve ser
apreendido e preservado, para que sobre sua guarda, posse ou depósito
decida o Juiz. Pois no Alemão, sob as vistas complacentes de
policiais-militares fardados, alguns moradores saqueavam móveis,
utensílios e materiais da casa que pertenceria ao chefe local do
comércio ilícito. Hoje, desvelada a “garimpagem”, o “espólio de
guerra”, compreende-se melhor a utilidade desta cena: num arroubo,
explicável pelos anos de tirania, os vizinhos saquearam a casa do
suspeito. Aquele saque popular, televisionado com simpatia – dos PM’s e
dos âncoras – era um excelente álibi para outros saques, mais bem
direcionados às economias do comércio ilegal. Nenhum programa de tevê
deu maior importância, e era um flagrante delito (de quem saqueava e de
quem deixava saquear) no ar! Compreende-se; afinal, era o Dia da
Vitória.
A
militarização da segurança pública constitui um enorme equívoco no
qual levianamente se insiste entre nós. Recentemente, Raúl Zaffaroni
recordava que todos os genocídios do século XX foram praticados por
forças policiais, e quando forças armadas institucionalizadas neles se
envolveram, estavam exercendo funções policiais (como essas que
recentemente lhes foram atribuídas para as fronteiras). O núcleo desse
equívoco provém da confusão, comum nas ciências sociais – veja-se, por
exemplo, Elias – entre poder militar e poder punitivo. No Estado de
direito, esses dois poderes não podem se aproximar sem riscos
gravíssimos. Mas essa aproximação foi muito dinamizada por um projeto,
gestado no hemisfério norte, de converter as Forças Armadas
latino-americanas em grandes milícias, a perder sua higidez e sua
orientação estratégica no incontestável fracasso da “guerra contra as
drogas”. Onde há guerra não pode haver direito. O militar é adestrado
para o inimigo, o policial para o cidadão. Na estrutura militar, a
obediência integra a legalidade; na policial, a legalidade é condição
prévia da obediência. São formações distintas, dirigidas a realidades
também distintas. O sistema de responsabilização é também diferente: não
há ordens vinculantes para um policial, adstrito a aferir a legalidade
de todas elas (num teatro de guerra, iniciativa similar significaria
derrota certa).
Na
economia, o arrogante discurso neoliberal levou um tranco. Sabemos
agora o que é que a mão invisível do mercado fazia depois do expediente.
Mas a política criminal genocida do neoliberalismo parece sobreviver a
ele. A indústria do controle do crime responde um pouco por essa
permanência. De outro lado, nunca o sistema penal acolitou tão
visivelmente a acumulação capitalista. Ainda há tempo de salvar as
Forças Armadas da cilada que é a militarização da segurança pública. O
jovem tenente, suspeito de furtar um aparelho de ar condicionado, e o
inspetor Trovão acreditaram que estavam participando de batalha em
território inimigo. Foram muito incentivados a acreditar nisso pela
mídia.
É
claro que exércitos regulares impedem o quanto podem a arrecadação de
butim por seus integrantes. O roubo e a extorsão “em zona de operações
militares ou em território militarmente ocupado” pode ser punido, em
tempo de guerra, com a pena de morte (art. 405 CPM). Mas basta olhar, no
cenário internacional, as frentes de conflitos bélicos para constatar a
frequência de abusos que tais situações extremas fomentam.
Recentíssimo
episódio, no qual soldados do Exército oriundos de comunidades pobres
com presença de grupos rivais do chamado Comando Vermelho (CV) – o alvo
preferencial e quase exclusivo da política de UPP’s – declinavam
desafiadoramente sua procedência para moradores do Alemão é
especialmente preocupante. Não pela emergência de um suposto “Comando
Verde”, como desafortunadamente sugeriu um próspero ongueiro de origem
popular, mas sim porque essas rivalidades – fenômeno urbano frequente –
começam, por efeito da atividade de patrulhamento policial, a
introduzir-se na tropa. Como os recrutas oriundos de favelas com
presença do CV reagirão às insolências ou chistes que seus camaradas,
provindos de favelas com presença por exemplo do ADA ou de milícias,
porventura dirijam a moradores ou mesmo a infratores? Este conflito, que
jamais havia transposto de forma significativa o portão dos quartéis
das Forças Armadas, pode sorrateiramente introduzir-se agora neles.
Certas
funções policiais são brutalizantes e produzem efeitos deteriorantes
sobre aqueles que as realizam. Trata-se do fenômeno denominado
“policização”, que pode acontecer também com outros operadores do
sistema penal, carcereiros, advogados, promotores de Justiça e
magistrados. Quem não conhece a policização passará o resto da vida
reclamando do pouco rigor na admissão e adestramento dos policiais,
quando o problema não está na seleção e sim na prática. Quem está
disposto a correr o risco de policização de algumas unidades de nossas
Forças Armadas?
Guerra
é uma coisa muito séria, como o é a soberania e a integridade do
território nacional. Precisamos de Forças Armadas bem adestradas para
aquelas tarefas constitucionais, em que elas são únicas e
insubstituíveis. Já passou da hora de brincar de guerra nas ruas da
cidade.
Fonte: Professor Clécio Lemos: Nilo Batista - novo artigo
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
ENCONTRO NACIONAL DA RENAP FAZ MOÇÃO DE APOIO À CRIAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA EM SANTA CATARINA
Santa Catarina
precisa lutar, nem que isso signifique manifestações públicas em favor
da CRIAÇÃO DA DEFENSORIA ESTADUAL, que o Governo do Estado e a OAB/SC
sonegam da População Catarinense!
A
DEFENSORIA DATIVA, parceria criada entre o Governo do Estado e a
OAB/SC, é falha, precária e não corresponde ao digno tratamento que deve
ser dispensado aos seus Usuários e, diferente do que defende a OAB/SC,
há custos sociais que impedem o Cidadão de usufruir deste direito de
acesso à justiça garantido constitucionalmente.
Os
atendimentos se dão por meio de convênios voluntários com os advogados e
advogadas e a Ordem gerencia uma lista de distribuição – e por tal
administração recebe 10% de todos os valores repassados pelo Governo do
Estado –, sem que haja qualquer tipo de controle e análise de eficiência
deste sistema. Cabe enfatizar que pautar a eficiência pela distribuição
dos atendimentos não significa a qualidade da prestação jurisdicional.
Além, a ausência de um Órgão devidamente instituído suprime
possibilidades de ações coletivas e medidas protetivas de direito, em
que a advocacia individual não é legítima para propor.
Há
quem diga que a OAB/SC poderia suprir este vácuo de ausência
institucional, todavia, a própria OAB não é legítima para as atribuições
de uma Defensoria Pública.
Diante
disso, as Advogadas e Advogados, reunidos no Encontro da Rede Nacional
dos Advogados e Advogadas Populares (RENAP), vem publicamente externar
seu APOIO à criação da DEFENSORIA PÚBLICA NO ESTADO DE SANTA CATARINA,
instituição essa garantida pela Constituição e reforçada com a EC 45/04.
A
luta pela ampliação e fortalecimento das Defensorias Públicas é
imprescindível para fortalecer e consolidar a democracia no Brasil, como
efetiva reafirmação da prática dos direitos humanos.
Fortaleza, 01 de outubro de 2011.
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