domingo, 20 de janeiro de 2008



"[...] nós, seres humanos, somos, e não podemos deixar de ser, animais 'transgressores' e 'transcendentes'. Vivemos à frente do presente. Nossas representações podem ser destacadas dos sentidos e correr na frente deles. O mundo em que vimvemos está sempre um passo, ou um quilômetro, ou um ano-luz à frente do mundo que vivenciamos. A essa parte do mundo que se estende à frente da experiência vivida damos o nome de 'ideais'. A missão dos ideais é conduzir-nos a um território ainda inexplorado e não-mapeado" [in BAUMAN, Zigmunt. Vidas desperdiçadas. Trad. Carlos Alberto Medeiros. RJ: Zahar, 2005].


Tinha como tarefa de volta das férias algumas leituras básicas a começar por este livro do Bauman, que citei um trecho que me chamou atenção. Primeira tarefa: cumprida, mesmo que a passos muito lentos.

Mas hoje no almoço, ou melhor, na orgia gastronômica com direito a desfiles de camarões num cerimonial de despedida do Joshua que volta pra Austrália na próxima semana, estava Dada e Ana Amora conversando sobre literatura e eu, na condição de observadora, me ative a um comentário sobre o número de páginas dos livros que estavam lendo. Foi quando a Dada comentou que o livro que estava lendo, apesar de pequeno, era muito difícil e, por isso, estava demorando.

Esse intróito me serve para justificar a lentidão. Para quem já leu Bauman [sociólogo polonês que tem como norte escrever sobre a fuidez das relações sociais no mundo globalizado], sabe que é uma dura empreitada. Muitas vezes ele é indigesto e um livro de 160 p. pode levar quase 1 mês [como foi meu caso] para ser lido.

Não fui uma boa leitora neste mês [já confessei!], mas além... o livro me levou a tantas reflexões, indignações, constatações de realidade tão nua e crua, que para tanto uma boa dose de soda cáustica foi [e será] necessária para transformar isso numa leitura mais colorida do mundo.

A citação inicial é a parte que, após o tapa, traz o afago para os corações que buscam algum caminho para seguir em frente.

Não irei contar o teor do livro, mas a leitura, apesar de densa, é válida para quem busca, citando o lema do Fórum Social Mundial, a construção de UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL!

E, falando no assunto, 26 de janeiro é o DIA!!!

DIA DA AÇÃO INTERNACIONAL DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, 2008