sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Santa Catarina e mais um caso de Trabalho Escravo

Por Reporter Brasil via racismoambiental 
27/01/2011 14:46

Crianças e adolescentes trabalhavam de chinelos e até descalços na colheita de fumo (SRTE/SC)
Entre os 23 libertados que colhiam fumo em fazendas de Rio Negrinho (SC), 11 tinham menos de 16 anos de idade. Vítimas enfrentavam precariedade e jornada exaustiva, além de sérios riscos de contaminação por agrotóxicos
Por Bianca Pyl
Dispostos a verificar o cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em dezembro de 2009, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Santa Catarina (SRTE/SC) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) acabaram flagrarando 23 pessoas, incluindo 11 adolescentes com idades entre 12 e 16 anos, em condições análogas à escravidão.
“O quadro encontrado desta vez é muito pior do que o anterior, que constatou algumas irregularidades”, disse Guilherme Kirtschig, procurador do trabalho que integrou a equipe fiscal. Os trabalhadores colhiam fumo em duas propriedades arrendadas por Wilson Zemann. As fazendas têm cerca de 20 hectares, no total, e estão localizadas em Rio dos Banhados, distrito de Volta Grande, no município de Rio Negrinho (SC).
No local em que as pessoas trabalhavam, havia apenas um banheiro, localizado na casa do proprietário da fazenda arrendada. “Os adolescentes relataram que muitas vezes faziam suas necessidades no mato”, conta Lilian Carlota Rezende, auditora fiscal da SRTE/SC. Para saciar a sede, apenas um único galão de água e somente um copo, que aumenta o risco de contaminação por doenças infecto-contagiosas.
A jornada era exaustiva: os empregados subiam todos os dias na caçamba de um trator por volta das 6h da manhã e só retornavam para casa às 19h. O arrendatário fazia diariamente esse trajeto da área de fumo até o distrito de Volta Grande, que se estendia por cerca de uma hora, para buscar o grupo. Segundo o procurador Guilherme, a estrada é muito ruim e havia risco de tombamento da caçamba. “No caminho, Wilson oferecia emprego às pessoas. Ele não utilizava nenhum aliciador”, completa.
As vítimas corriam sérios riscos de contaminação por não utilizarem nenhum tipo de equipamento de proteção individual (EPI). A situação mais grave era dos adolescentes. Alguns sequer estavam calçados no momento da fiscalização. Todos vestiam roupas próprias, de uso comum, que posteriormente seriam lavadas com as vestimentas das famílias, vindo a contaminar outras pessoas. “Os trabalhadores têm que usar sapatos de segurança e bonés árabes para evitar câncer de pele, entre outros equipamentos”, lista Lilian.
A fiscalização encontrou agrotóxicos por toda parte, em cima da caçamba onde os trabalhadores eram transportados e almoçavam, junto com galões de água. Ninguém tinha treinamento para manusear as substâncias químicas. O arrendatário não possuía Estudo de Gerenciamento dos Riscos dos Agrotóxicos em relação aos trabalhadores. Não havia local adequado para armazenamento e preparação da calda do produto.
O trabalho em plantações de fumo está entre as piores formas de exploração da criança e do adolescente, conforme classificação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sendo expressamente proibido para pessoas com menos de 18 anos, de acordo com o Decreto nº 6.481, de 2008.
“Infelizmente, não conseguimos saber para quem seria vendida a produção. Certamente o MPT acionaria a fumageira, que é solidariamente responsável por esse tipo de situação”, lamentou o procurador.
Os adultos que foram libertados na operação não tinham registro na Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS). Portanto, não estavam amparados pela Previdência Social em caso de acidentes ou doenças. As vítimas estavam entre 7 e 25 dias no local, e ainda não haviam recebido nenhum pagamento. “Eles não recebiam nenhum direito, como repouso semanal remunerado, férias proporcionais, 13º salário proporcional e recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço [FGTS]“, explica a auditora Lilian.
As fazendas foram interditadas pela fiscalização e o prazo para que o arrendatário pague as verbas trabalhistas – que totalizaram mais de R$ 60 mil – se encerra nesta quinta-feira (27). Wilson terá mais um mês para destinar valores relativos ao dano moral individual às vítimas.
A ação contou ainda com a participação das Polícias Federal e Militar. O Conselho Tutelar de Rio Negrinho (SC) foi acionado e compareceu para retirar os jovens com menos de 18 anos e entregá-los às suas famílias. O Ministério Público Estadual (MPE) deverá tomar outras providências adicionais cabíveis com relação ao quadro de trabalho infantil.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A indústria do controle... agora na versão do combate à imigração...

[ADITAL] Agencia de Información Fray Tito para América Latina www.adital.com.br
26.01.11 - AMÉRICA DEL NORTE - Cárceles de EU ven negocio en migrantes
Silvia Otero *

Adital - Una investigación sobre la Ley Arizona encontró nexos entre empresas que administran penales en Estados Unidos y personajes que impulsan iniciativas para criminalizar la migración indocumentada.

VAN CONTRA INDOCUMENTADOS. Un informe de la SRE revela
que desde que se aprobó la SB1070, en 8 congresos
estatales de EU se presentaron iniciativas que permitirían
que cualquier sospechoso de ser indocumentado sea
detenido y encarcelado.
(Foto: Archivo EL UNIVERSAL)

Las leyes antiinmigrantes en Estados Unidos -como la SB1070 de Arizona-, tienen un objetivo: que cientos de indocumentados ingresen a prisión por las ganancias que generarían. Entre los impulsores de estas legislaciones está la Corrections Corporation of America (CCA), empresa privada que administra 65 cárceles y centros de detención de migrantes, y que sólo por estos últimos obtuvo ganancias por 74 millones de dólares en 2010.

En entrevista con EL UNIVERSAL, la especialista en temas migratorios Andrea Nill revela así el resultado de la investigación que realizó junto con sus colegas del Center for American Progress -organización no gubernamental y de análisis político en Washington-, que expone los presuntos nexos de la CCA con personajes cercanos a la gobernadora de Arizona, Jan Brewer, y el senador Russell Pearce, y que llevan a cuestionar el interés real de ambos por criminalizar la migración.

Además del factor económico representado por la CCA -que cotiza en la Bolsa de Nueva York-, también hay un factor ideológico: una red de abogados que integran el Immigration Reform Law Institute, un grupo orgulloso de su posición radical antiinmigrante al que pertenece el republicano Kris Kobach, quien redactó la SB1070 y cobró 13 mil dólares a Arizona. Junto con su equipo, ha puesto sus conocimientos legales al servicio de otros estados de la Unión Americana para replicar esta norma.

Nill reconoce que en esto no hay nada ilegal, pero ante los intereses en juego "es importante informar al público, pues no sabe quién está escribiendo sus leyes y tal vez creen que sus representantes tienen sus mejores intereses en mente cuando están aprobando estas normas. Si toda la gente conociera esto, no habría un alto porcentaje de apoyo a la Ley Arizona y sus copias".

Un informe de la Secretaría de Relaciones Exteriores (SRE) revela que desde que se aprobó la SB1070, en menos de dos meses -entre el 28 de abril y el 10 de junio de 2010-, en ocho congresos estatales de EU legisladores republicanos presentaron iniciativas que, en algunos casos, son copias íntegras de la Ley Arizona, y que permitirían que cualquier sospechoso de ser indocumentado sea detenido y encarcelado.

El poder detrás de la ley

En 2010, el Center for American Progress inició una investigación sobre la Ley Arizona, con la participación de expertos como Andrea Nill. En septiembre pasado, entregó un informe final que concluyó que detrás de la norma de corte racista y discriminatorio no sólo había un propósito de política migratoria.

El documento reveló que, en diciembre de 2009, el Consejo de Intercambio Legislativo (ALEC, por sus siglas en inglés), grupo de enlace entre empresarios y legisladores estadounidenses al que pertenece la administradora de prisiones CCA, entró en contacto con el senador de Arizona Russell Pearce, quien desde 2005 contaba con una propuesta antiinmigrante para darle forma final a una iniciativa de ley que diera amplios poderes a la policía local para detener a cualquier persona sospechosa de ser inmigrante indocumentado.

Después, en la edición de enero-febrero de 2010 de la revista que publica ALEC, se dio a conocer un texto que podría considerarse una versión preliminar de la SB1070 y, en abril de ese año, Pearce presentó la iniciativa final.

El Center for American Progress documentó también que la gobernadora de Arizona tenía en su equipo de colaboradores de campaña y en su administración a personas ligadas a la CCA, quienes presuntamente habrían influido en su decisión de aceptar la SB1070, como Pablo Senseman y Chuck Coughlin, identificados como cabilderos o gestores de la corporación carcelaria.

Incluso, medios estadounidenses como KPHO Arizona-TV y la radiodifusora NPR dieron seguimiento a esta investigación y documentaron -entre otros nexos- que la empresa Pershing Square Capital, con una importante participación financiera en CCA, reconoció que la rentabilidad de la corporación "depende de un número creciente de inmigrantes en la cárcel".

La investigación hurgó más allá de Arizona y encontró que legisladores en otros estados presuntamente también han sido financiados por el ALEC-CCA para impulsar leyes similares a la SB1070 en Tennessee, Oklahoma, Colorado, Florida o Pennsylvania.

A partir de la información recabada por el American Progress, Andrea Nill tiene claro que el objetivo de la CCA al promover leyes antiinmigrantes es evidente: "Es una corporación de prisiones privadas a la que le interesa este sistema que le permita tener más prisioneros, más inmigrantes indocumentados en sus prisiones, lo que leyes como la SB1070 permitiría".

Ganancias millonarias

La CCA, que cotiza en la Bolsa, en su reporte anual en Nasdaq -cuya copia tiene EL UNIVERSAL- revela que tan sólo en 2009 obtuvo ingresos por más de mil 660 millones de dólares por la administración de las prisiones y centros de detención migratoria, pero reconoce que la pérdida de cualquiera de las cárceles estatales que administra -como la de California, cuyo contrato vence en junio de este año- tendría un impacto negativo en sus finanzas.

El documento indica que "el retorno de los reclusos de California al control estatal podría tener un impacto adverso significativo sobre nuestra situación financiera, resultados de operaciones y flujos de efectivo. Una disminución en los niveles de ocupación podría causar una disminución en los ingresos y la rentabilidad (...) Una parte significativa de nuestros ingresos se genera en virtud de contratos de gestión de instalaciones que prevén las dietas basadas en la ocupación diaria".

Andrea Nill afirmó que la gobernadora de Arizona ha dicho que la CCA no ha influido en sus decisiones, "pero es muy difícil decir eso cuando tiene a personas en posiciones muy altas, que trabajaron para ella y que tienen conexiones con la CCA".

Comentó que la CCA también niega cualquier influencia para impulsar la legislación, "pero no puede rechazar que se reunieron con Russell Pearce, eso es un hecho muy público que todos sabemos, pero no quieren tomar su responsabilidad; igual no pueden decir que no tienen un interés en este tipo de leyes y en los beneficios que les traerán. Lo cierto es que estas leyes van a resultar en más prisioneros inmigrantes".* El Universal

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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Laranja madura, na beira da estrada tá bichada Zé, ou tem marimbondo no pé!

   Comp@s!
  DIVULGO o acórdão do Habeas Corpus que versa sobre as Prisões de Trabalhadores que ocuparam a Fazenda da CUTRALE, em São Paulo - aquela suposta ocupação numa plantação de laranjas, que ficou mundialmente conhecida pela atenção dada pela grande mídia (PIG) -, impetrado pelos Advogados do MST, Roberto Rainha, Aton Fon, Giane Alvarez, dentre outros, e que julgou pela manutenção da liminar, que havia sido concedida a ordem e, de ofício, anular a denúncia oferecida pelo Ministério Público, por inépcia!
  Fatástica decisão!
  Parabéns Coleg@s, vocês fazem a diferença!
  Abraços fraternos, Dani Felix
 

===

ACÓRDÃO *03371739*

 
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus n° 0056005-96.2010.8.26.0000, da Comarca de Lençóis Paulista, em que são pacientes ROSIMEIRE PAN D'ARCO DE ALMEIDA SERPA, MIGUEL DA LUZ SERPA, CARLOS ALBERTO DA LUZ SERPA, MÁXIMO ALVINO DE OLIVEIRA, ANSELMO ALVES VILLAS BOAS, PAULO ROGÉRIO BERALDO, PAULO COSTA DE ALBUQUERQUE, MÁRCIO JOSÉ DOS SANTOS, AVELINO RODRIGUES DE OLIVEIRA, CLAUDETE PEREIRA DE SOUZA, ROMILDO PEREIRA, WILLIAN MIRANDA CABEÇONI, ELIZETE SOUZA DA SILVA, JEFERSON DIEGO GONÇALVES, IVALDO OLIVEIRA CINTRA, JESSISAI MARQUES DAS NEVES, ANDRÉA DO CARMO PIO, FERNANDO APARECIDO DOS SANTOS, CRISTIANO GUEDES PEREIRA, sendo impetrantes ROBERTO RAINHA, GIANE ÁLVARES AMBROSIO ÁLVARES, ATON FON FILHO e ALESSANDRA DA SILVA CARVALHO: ACORDAM, em 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o que segue: 

"CONCEDERAM A ORDEM PARA REVOGAR A PRISÃO PREVENTIVA DOS PACIENTES; E, DE OFÍCIO, CONCEDERAM-NA TAMBÉM PARA, DECLARADA A INÉPCIA DA DENÚNCIA, ANULAR O PROCESSO DESDE O INÍCIO, RESSALVADO O DIREITO DE SER OFERECIDA NOVA PEÇA VESTIBULAR QUE PREENCHA, E SEM CONTRADIÇÃO QUALQUER, TODOS OS REQUISITOS LEGAIS. PARA FORMALIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO, EXPEÇAM-SE ALVARÁS DE SOLTURA A FAVOR DE MIGUEL DA LUZ SERPA, ROSIMEIRE PAN D'ARCO DE ALMEIDA CERPA (OU ROSIMEIRE PAN D'ARCO DE ALMEIDA SERPA), CARLOS ALBERTO DA LUZ CERPA (OU CARLOS ALBERTO DA LUZ SERPA), MÁXIMO ALVINO DE OLIVEIRA, ANSELMO ALVES VILLAS BOAS E PAULO ROGÉRIO BERALDO, ASSIM COMO CONTRAMANDADOS DE PRISÃO OU, SE FOR O CASO, ALVARÁS DE SOLTURA A FAVOR DE PAULO DA COSTA ALBUQUERQUE, MÁRCIO SANTOS (OU MÁRCIO JOSÉ DOS SANTOS), AVELINO RODRIGUES DE OLIVEIRA, CLAUDETE PEREIRA DE SOUZA, ROMILDO PEREIRA, WILLIAM MIRANDA CABEÇONI (OU WILLIAN MIRANDA CABEÇONI), ELIZETE SOUZA DA SILVA, JEFERSON DIEGO GONÇALVES, IVALDO OLIVEIRA CINTRA, JESSISSAI MARQUES DAS NEVES (OU JESSISAI MARQUES DAS NEVES), ANDREIA DO CARMO PIO (OU ANDRÉA DO CARMO PIO), FERNANDO APARECIDO DOS SANTOS E CRISTIANO GUEDES PEREIRA. V.U.", de conformidade com o voto do(a) Relator(a), que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIZ ANTÔNIO CARDOSO (Presidente, com voto) e TOLOZA NETO.

São Paulo, 11 de janeiro de 2011.

LUIZ PANTALEÃO
RELATOR


HABEAS CORPUS N° 0056005-96.2010.8.26.0000 VOTO N° 24.205
IMPETRANTES: ROBERTO RAINHA, GIANE ÁLVARES AMBROSIO ÁLVARES, ATON FON FILHO E ALESSANDRA DA SILVA CARVALHO 
PACIENTES: ROSIMEIRE PAN D'ARCO DE ALMEIDA SERPA, MIGUEL DA LUZ SERPA, CARLOS ALBERTO DA LUZ SERPA, MÁXIMO ALVINO DE OLIVEIRA, ANSELMO ALVES VILLAS BOAS, PAULO ROGÉRIO BERALDO, PAULO COSTA DE ALBUQUERQUE, MÁRCIO JOSÉ DOS SANTOS, AVELINO RODRIGUES DE OLIVEIRA, CLAUDETE PEREIRA DE SOUZA, ROMILDO PEREIRA, WILLIAN MIRANDA CABEÇONI, ELIZETE SOUZA DA SILVA, JEFERSON DIEGO GONÇALVES, IVALDO OLIVEIRA CINTRA, JESSISAI MARQUES DAS NEVES, ANDRÉA DO CARMO PIO, FERNANDO APARECIDO DOS SANTOS E CRISTIANO GUEDES PEREIRA
COMARCA: LENÇÓIS PAULISTA
RELATOR: DES. LUIZ PANTALEÃO

Antes do oferecimento da denúncia (esse, relevante dado temporal), ainda no curso das investigações policiais, a MM. Juíza, em 4.2.2010, decretou a prisão preventiva de Paulo da Costa Albuquerque e outras pessoas, conforme a r. decisão cuja cópia encontra-se a fls. 1578/1583 do volume 8° do anexo.
Os ilustres Impetrantes postulam, a favor de Rosimeire Pan D'Arco de Almeida Serpa, Miguel da Luz Serpa, Carlos Alberto da Luz Serpa, Máximo Alvino de Oliveira, Anselmo Alves Villas Boas, Paulo Rogério Beraldo, Paulo Costa de Albuquerque, Márcio José dos Santos, Avelino Rodrigues de Oliveira, Claudete Pereira de Souza, Romildo Pereira, Willian Miranda Cabeçoni, Elizete Souza da Silva, Jeferson Diego Gonçalves, Ivaldo Oliveira Cintra, Jessisai Marques das Neves, Andréa do Carmo Pio, Fernando Aparecido dos Santos e Cristiano Guedes Pereira, a revogação da prisão preventiva, porquanto ausentes os seus pressupostos (fls. 2/34).
Deferiu-se parcialmente, em 10.2.2010, o pedido de medida liminar, permitindo-se que, soltos, os pacientes aguardassem o deslinde do writ (fls. 37/39).
Oferecidas as informações (fls. 43/51), veio parecer pela denegação da ordem (fls. 250/252).
É o relatório.
 
Incorpora-se, aqui, o seguinte excerto do despacho de 10.2.10:

"O decreto de 4.2.2010, impugnado nos termos da petição inicial de fls. 2/34, foi prolatado ainda na ausência do oferecimento de denúncia pelo Ministério Público (fls. 1.578/1.583 do volume 8° do anexo).
Instaurou-se inquérito policial, ao que consta, para apurar eventual prática de furto qualificado, quadrilha, dano e usurpação.
A custódia cautelar foi imposta com afronta ao disposto no art. 312 do CPP. Não se indicaram, na tela genérica dos mencionados crimes em apuração, os efetivos indícios de autoria com relação a cada um dos pacientes. Outrossim, não se pode, a essa altura, concluir no sentido de que há foragidos.
Nessa categoria não se enquadram aqueles que, inconformados com o decreto de prisão, ocultam-se para preservar o jus libertatis, enquanto procuram resguardar seus interesses perante os órgãos do Poder Judiciário.
Também, não se invocaram objetivamente fatos e circunstâncias que implicassem, de modo direto,  medo e retraimento das pessoas chamadas a elucidar os episódios sob investigação.
Não existem evidências de que, soltos, os pacientes venham a dificultar a instrução de uma eventual e
futura ação penal. A falta de denúncia, por sinal, coloca-os no vácuo de uma hipotética persecução em Juízo. Imputações específicas são, por enquanto, desconhecidas.
Não existe notícia de que, até agora, a partir da data das ocorrências que determinaram a instauração do inquérito, os pacientes tenham subvertido a ordem pública.
A suposta imoralidade dos pacientes, conforme posto na r. decisão impugnada, se existente, não serviria de base ao encarceramento provisório, que se assenta em pressupostos objetivos.
Finalmente, nos termos em que decretada, a prisão preventiva afigura-se uma antecipada aplicação de
penas, não podendo subsistir." (fls. 37/38).

Anote-se que a leitura dos termos de depoimentos a fls. 491/528, 546, 548/551, 554/555, 557/561, 566/592, 597/600, 606/610, 612/619, 621/626, e 628/629 do anexo, revela a inexistência da promessa
de qualquer mal futuro e grave dirigida a qualquer testemunha. Há algumas referências de sentimentos de receio, tão-somente; não, de efetivas ameaças. Aliás, Dalma Regis da Silva disse ter tomado conhecimento de que Lúcia Peão e Juvete tinham sido ameaçadas pelo fato de terem "entregados os companheiros" (fls. 626 do anexo), mas essa notícia não corresponde às declarações de Lúcia Elena Peão e Juvete Pinheiro dos Santos (fls. 576/583 do anexo).
Os pacientes nenhum obstáculo colocaram à apuração dos fatos, tendo as testemunhas prestado, sem qualquer coação, seus depoimentos elucidativos. Por sinal, se ameaça tivesse ocorrido, certamente haveria denúncia pela prática de coação no curso do processo. Isso não aconteceu.
A douta Procuradoria Geral de Justiça, qualificando os pacientes de terroristas, vislumbrou a aplicação da Lei n° 7.170/83, cujos arts. 22 e 23 teriam sido infringidos. Data máxima venia, não se trata, ainda que em tese, de Crimes contra a Segurança Nacional. Haja vista os bens jurídicos indicados no art. 1° do mencionado Diploma. Aliás, se de tais crimes se cogitasse, a competência para processamento e julgamento nem seria da Justiça Estadual comum (art. 30 da Lei n° 7.170/83).
Aduziu a douta Procuradoria Geral de Justiça, o que segue: "Embora parte da população e de autoridades brasileiras esteja equivocada em termos de justiça e comportamento, ainda há uma parcela que resiste ao império do caos, da desordem e do pouco caso (por que esperarmos pela revolta civil?). Destarte, por muito menos há um governador preso preventivamente." (fls. 251/252).
 
Depois da consideração, do juízo de valor, e do presságio, o parecer assenta: "E, como dito nos anos 60, por um futuro presidente da Suprema Corte Americana, 'o Judiciário não pode mimar os criminosos'." (fls. 252). Aqui, os pacientes são considerados criminosos, embora exista a constitucional presunção de inocência até o trânsito em julgado de sentença condenatória. Impossível, no vigente ordenamento jurídico, considerar antecipadamente condenados os pacientes. Os Órgãos do
Poder Judiciário, na aplicação rigorosa da lei, não prescindem da prudência e da serenidade compatíveis com as expectativas de justiça nos lindes inafastáveis do devido processo legal.
Não pode, portanto, subsistir o decreto de encarceramento provisório dos pacientes.
Finalmente, foi oferecida e recebida em 11.2.2010 (fls. 248) a denúncia contra os pacientes e Edilson Grangeiro (ou Granjeiro) Xavier pela prática de formação de quadrilha ou bando armado, furto qualificado e dano qualificado (fls. 97/107). Não há imputação, consequentemente, de roubo ou esbulho possessório.
No entanto, a denúncia não descreve referentemente a cada um dos corréus, os fatos com todas as suas circunstâncias (art. 41 do CPP). Imputa-se a todos a prática das condutas nucleares dos tipos mencionados. Em outras palavras, plasmaram-se imputações em blocos, o que implicaria correlativamente absolvição ou condenação também coletiva. Isso é impossível. Imprescindível que se defina qual a conduta imputada a cada um dos acusados. Só assim, no âmbito do devido processo legal, cada réu poderá exercer, à luz do contraditório, o direito de ampla defesa.
Em dois segmentos, o Dr. Promotor de Justiça, na denúncia, assentou que os denunciados tinham o propósito deliberado de "participação ou contribuição" no furto e no dano (fls. 103 e 105). Isso revela omissão da peça vestibular, pois não foram indicados os partícipes ou contribuintes, especificando-se de que modo concorreu cada um para a prática dos supostos crimes. Não basta referir, genericamente, adesão recíproca de conduta, apoio moral, induzimento, incitação e auxílio. Esse vácuo obscuro permitiria, se aceito, a denúncia indiscriminada de quaisquer pessoas.
A digna Promotoria de Justiça incorporou na denúncia o pronunciamento da Perita Criminal, transcrevendo-o: "Os vestígios descritos e ilustrados neste laudo deixam bastante característico que no local em questão (Fazenda Santo Henrique) houve uma manifestação do Movimento Sem Terra, sendo que se perdeu o objetivo de manifestação, passando a haver vandalismo e destruição desmedidos.
Vale consignar que, por mais que os danos tenham sido descritos com o máximo de detalhes, não é possível se ter, através de fotografias impressas, noção das reais dimensões dos danos e desordem encontrados no local" (fls. 105).
Com efeito, essa consideração que desborda dos lindes estritamente técnicos, encontra-se a fls. 688 do anexo. Quando o Dr. Promotor de Justiça a integrou ao texto da denúncia, admitiu manifestação do Movimento Sem Terra. Isso estabelece uma contradição com a imputação relativa a bando ou quadrilha que implica, nos termos da peça vestibular da ação penal, associação armada para o fim de cometer crimes.
Imputações coletivas, sem especificação individualizada dos modos de concorrência para cada episódio, e flagrante contradição geram inépcia que deve ser reconhecida. O prosseguimento nos termos em que proposta a ação acabaria, desde que a apuração prévia deve ser feita no inquérito, não, na fase instrutória, por levar aos Órgãos jurisdicionais do primeiro e segundo grau, um verdadeiro enigma a ser desvendado com o desprestígio do contraditório e da ampla defesa, garantias constitucionais inafastáveis.
Anota-se que o desfecho do presente julgamento corresponde exatamente ao que ficou decidido nos autos do HC n° 990.10.045697-0, figurando como paciente Edilson Grangeiro Xavier (ou Edilson Granjeiro Xavier), e, como impetrante Vinícius do Nascimento Cavalcante Falanghe.
Pelo exposto, concede-se a ordem para revogar a prisão preventiva dos pacientes; e, de ofício, concede-se-a também para, declarada a inépcia da denúncia, anular o processo desde o início, ressalvado o direito de ser oferecida nova peça vestibular que preencha, e sem contradição qualquer, todos os requisitos legais.
Para formalização e atualização, expeçam-se alvarás de soltura a favor de Miguel da Luz Serpa, Rosimeire Pan D'Arco de Almeida Cerpa (ou Rosimeire Pan D'Arco de Almeida Serpa), Carlos Alberto da Luz Cerpa (ou Carlos Alberto da Luz Serpa), Máximo Alvino de Oliveira, Anselmo Alves Villas Boas e Paulo Rogério Beraldo, assim como contramandados de prisão ou, se for o caso, alvarás de soltura a favor de Paulo da Costa Albuquerque, Márcio Santos (ou Márcio José dos Santos), Avelino Rodrigues de Oliveira, Claudete Pereira de Souza, Romildo Pereira, William Miranda Cabeçoni (ou Willian Miranda Cabeçoni), Elizete Souza da Silva, Jeferson Diego Gonçalves, Ivaldo Oliveira Cintra, Jessissai Marques das Neves (ou Jessisai Marques das Neves), Andreia do Carmo Pio (ou Andréa do Carmo Pio), Fernando Aparecido dos Santos e Cristiano Guedes Pereira. 

LUIZ PANTALEÃO
Relator

*Grifos meus!

sábado, 15 de janeiro de 2011

PEDIDO DE AJUDA À REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO

  Car@s Amig@s,
  Solidarizo-me e divulgo nota de pedido de ajuda aos atingidos pela catástrofe causada pelas chuvas do Rio de Janeiro.
   Há vários pontos de coletas de donativos, contas de diversas associações, mas divulgo esta especificamente por ser uma entidade localizada em Petrópolis (uma das cidades atingidas) e Presidida por Leonardo Boff.
  Se puderem e quiserem, contribuam, pois é de grande valia a quem encontra-se em situação de necessidade.
  Abraços!
  Dani Felix 
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Petrópolis, 14 de janeiro de 2011.

Prezados Senhores,

O CDDH – CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DE PETRÓPOLIS, Entidade Civil, filantrópica, com finalidade não econômica, de Utilidade Pública Municipal e Federal, inscrito no Conselho Municipal e Nacional de Assistência Social, com sede nesta cidade à Rua Monsenhor Bacelar, 400 – Centro, CNPJ nº 27.219.757/0001-27, sensibilizados com a tragédia que atinge nosso município e municípios vizinhos, causada pelas fortes chuvas desta semana, vem, através deste, convocar a população para a arrecadação de donativos (cobertores, roupas - principalmente de crianças, calçados, alimentos, material de limpeza e higiene pessoal, água e roupas íntimas) para serem distribuídos para as comunidades atingidas por esta catástrofe.
 
Para as pessoas de fora da cidade que quiserem colaborar, estamos disponibilizando nossa conta bancária em nome da instituição no Banco do Brasil, agência 0080-9 contacorrente 26973-5. Pedimos apenas a gentileza de nos contatarem e dizerem quando e valor da quantia depositada para que possamos prestar contas posteriormente. 

Estamos à disposição para maiores esclarecimentos.
Se mais para o momento, agradecemos antecipadamente.

GENÉZIO DARCI BOFF (LEONARDO BOFF)
Diretor – Presidente
CDDH – Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA: tanto tempo e ainda tão atual

CENTO E VINTE MILHÕES DE CRIANÇAS NO CENTRO DA TORMENTA
 por Eduardo Galeano

Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os séculos, e a América Latina aperfeiçoou suas funções. Este já não é o reino das maravilhas, onde a realidade derrotava a fábula e a imaginação era humilhada pelos troféus das conquistas, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a região continua trabalhando como um serviçal. Continua existindo a serviço de necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo e ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que ganham, consumindo-os, muito mais do que a América Latina ganha produzindo-os. São muito mais altos os impostos que cobram os compradores do que os preços que recebem os vendedores; e no final das contas, como declarou em julho de 1968 Covey T. Oliver, coordenador da Aliança para o Progresso, “falar de preços justos, atualmente, é um conceito medieval. Estamos em plena época da livre comercialização...” Quanto mais liberdade se outorga aos negócios, mais cárceres se torna necessário construir para aqueles que sofrem com os negócios. Nossos sistemas de inquisidores e carrascos não só funcionam para o mercado externo dominante; proporcionam também caudalosos mananciais de lucros que fluem dos empréstimos e inversões estrangeiras nos mercados internos dominados.
“Ouve-se falar de concessões feitas pela América Latina ao capital estrangeiro, mas não de concessões feitas pelos Estados Unidos ao capital de outros países... É que nós não fazemos concessões”, advertia, lá por 1913, o presidente norte-ameiricano Woodrow Wilson, Ele estava certo: “Um país - dizia - é possuído e dominado pelo capital que nele se tenha investido.” E tinha razão. Na caminhada, até perdemos o direito de chamarmo-nos americanos, ainda que os haitianos e os cubanos já aparecessem na História como povos novos, um século antes de os peregrinos do Mayflower se estabelecerem nas costas de Plymouth. Agora, a América é, para o mundo, nada mais do que os Estados Unidos: nós habitamos, no máximo, numa sub-América, numa América de segunda classe, de nebulosa identificação.
É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder.Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar têm sido sucessivamente determinados, de fora, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. A cada um dá-se uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e a cadeia das dependências sucessivas torna-se infinita, tendo muito mais de dois elos, e por certo também incluindo, dentro da América Latina, a opressão dos países pequenos por seus vizinhos maiores e, dentro das fronteiras de cada país, a exploração que as grandes cidades e os portos exercem sobre suas fontes internas de víveres e mão-de-obra. (Há quatro séculos, já existiam dezesseis das vinte cidades latino-americanas mais populosas da atualidade.)
Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos.
Na alquimia colonial e neo-colonial, o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno. Potosí, Zacatecas e Ouro Preto caíram de ponta do cimo dos esplendores dos metais preciosos no fundo buraco dos filões vazios, e a ruína foi o destino do pampa chileno do salitre e da selva amazônica da borracha; o nordeste açucareiro do Brasil, as matas argentinas de quebrachos ou alguns povoados petrolíferos de Maracaibo têm dolorosas razões para crer na mortalidade das fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa. A chuva que irriga os centros do poder imperialista afoga os vastos subúrbios do sistema. Do mesmo modo, e simetricamente, o bem-estar de nossas classes dominantes - dominantes para dentro, dominadas de fora - é a maldição de nossas multidões, condenadas a uma vida de bestas de carga.
A brecha se amplia. Em meados do século passado, o nível de vida dos países ricos do mundo excedia em 50% o nível dos países pobres. O desenvolvimento desenvolve a  desigualdade: Richard Nixon anunciou, em abril de 1969, em seu discurso perante a OEA, que no fim do século XX a renda percapita nos Estados Unidos será quinze vezes mais alta do que esta mesma renda na América Latina. A força do conjunto do sistema imperialista descansa na necessária desigualdade das partes que o formam, e esta desigualdade assume magnitudes cada vez mais dramáticas. Os países opressores tornam-se cada vez mais ricos em termos absolutos, porém muito mais em termos relativos, pelo dinamismo da disparidade crescente. O capitalismo central pode dar-se ao luxo de criar e acreditar em seus próprios mitos de opulência, mas os mitos não são comíveis, e os países pobres que constituem o vasto capitalismo periférico o sabem muito bem. A renda média de um cidadão norte-americano é sete vezes maior que a de um latino-americano, e aumenta num ritmo  dez vezes mais intenso. E as médias enganam, pelos insondáveis abismos que se abrem, ao sul do rio Bravo, entre os muitos pobres e os poucos ricos da região. No topo, com efeito, seis milhões de latino-americanos açambarcam, segundo as Nações Unidas, a mesma renda que 140 milhões de pessoas situadas na base de pirâmide social. Há 60 milhões de camponeses, cuja fortuna ascende a 25 centavos de dólares por dia; no outro extremo, os proxenetas da desgraça dão-se ao luxo de acumular cinco milhões de dólares em suas contas privadas na Suíça ou nos Estados Unidos, e malbaratam na ostentação e luxo estéril - ofensa e desafio - e em inversões improdutivas, que constituem nada menos do que a  metade da inversão total, os capitais que América Latina poderia destinar à reposição, ampliação e criação de fontes de produção e de trabalho. Incorporadas desde sempre à constelação do poder imperialista, nossas classes dominantes não têm o menor interesse em averiguar se o patriotismo poderia ser mais rentável do que a traição ou se a mendicância é a única forma possível de política internacional. Hipoteca-se a soberania porque “não há outro caminho”; os álibis da oligarquia confundem interessadamente a impotência de uma classe social com o presumível vazio de destino de cada nação.
Josué de Castro declara: “Eu, que recebi um prêmio internacional da paz, penso que, infelizmente, não há outra solução que a violência para América Latina.” Cento e vinte milhões de crianças se agitam no centro desta tormenta. A população da América Latina cresce como nenhuma outra; em meio século triplicou com sobras. Em cada minuto morre uma criança de doença ou de fome, mas no ano 2000 haverá 650 milhões de latino-americanos, e a metade terá menos de 15 anos de idade: uma bomba de tempo. Entre os 280 milhões de latino-americanos há, atualmente, cinqüenta milhões de desempregados ou subempregados e cerca de cem milhões de analfabetos; a metade dos latino-americanos vive apinhada em moradias insalubres. Os três maiores mercados da América Latina - Argentina, Brasil e México - não chegam a igualar, somados, a capacidade de consumo da França ou da Alemanha Ocidental, mesmo que a população reunida de nossos três grandes exceda de muito a de qualquer país europeu. A América Latina produz, hoje em dia, em relação a sua população, menos alimentos do que antes da última guerra mundial, e suas exportações percapita diminuíram três vezes, a preços constantes, desde a véspera da crise de 1929. O sistema é muito racional do ponto de vista de seus donos estrangeiros e de nossa burguesia de intermediários, que vendeu a alma ao Diabo por um preço que teria envergonhado Fausto. Mas o sistema é tão irracional para com todos os demais que, quanto mais se desenvolve, mais se tornam agudos seus desequilíbrios e tensões, suas fortes contradições. Até a industrialização dependente e tardia, que comodamente coexiste com o latifúndio e as estruturas da desigualdade, contribui para semear o desemprego ao invés de tentar resolvê-lo; estende-se a pobreza e concentra-se a riqueza, que conta com imensas legiões de braços cruzados, que se multiplicam sem descanso.
Novas fábricas se instalam nos pólos privilegiados de desenvolvimento - São Paulo, Buenos Aires, a cidade do México -, porém reduz-se cada vez mais o número da mão-de-obra exigido. O sistema não previu esta pequena chateação: o que sobra é gente. E gente se reproduz. Faz-se o amor com entusiasmo e sem precauções. Cada vez mais, fica gente à beira do caminho, sem trabalho no campo, onde o latifúndio reina com suas gigantescas terras ociosas, e sem trabalho na cidade, onde reinam as máquinas: o sistema vomita homens. As missões norte-americanas esterilizam maciçamente mulheres e semeiam pílulas, diafragmas, DIUs, preservativos e almanaques marcados, mas colhem crianças; obstinadamente, as crianças latino-americanas continuam nascendo, reivindicando seu direito natural de obter um lugar ao sol, nestas terras esplêndidas, que poderiam dar a todos o que a quase todos negam.
Em princípios de novembro de 1968, Richard Nixon comprovou em voz alta que a Aliança para o Progresso havia cumprido sete anos de vida e, entretanto, agravaram-se a desnutrição e a escassez de alimentos na América Latina. Poucos meses antes, em abril, George W. Ball escrevia em Life: “Pelo menos durante as próximas décadas, o descontentamento das nações pobres não significará uma ameaça de destruição do mundo. Por mais vergonhoso que seja, o mundo tem vivido, durante gerações, dois terços pobres e um terço rico. Por mais injusto que seja, é limitado o poder dos países pobres”. Ball encabeçara a delegação dos Estados Unidos na Primeira Conferência de Comércio e Desenvolvimento em Genebra, e votara contra nove dos doze princípios gerais aprovados pela conferência, com o objetivo de aliviar as desvantagens dos países subdesenvolvidos no comércio internacional.
São secretas as matanças da miséria na América Latina; em cada ano explodem, silenciosamente, sem qualquer estrépito, três bombas de Hiroxima sobre estes povos, que têm o costume de sofrer com os dentes cerrados. Esta violência sistemática e real continua aumentando: seus crimes não se difundem na imprensa marrom, mas sim nas estatísticas da FAO. Ball diz que a impunidade é ainda possível, porque os pobres não podem desencadear uma guerra mundial, porém o Império se preocupa: incapaz de multiplicar os pães, faz o possível para suprimir os comensais. “Combata a pobreza, mate um mendigo!”, rabiscou um mestre do humor-negro num muro da cidade de La Paz. O que propõem os herdeiros de Malthus senão matar a todos os próximos mendigos, antes que nasçam? Robert McNamara, o presidente do Banco Mundial, que tinha sido presidente da Ford e secretário da Defesa, afirma que a explosão demográfica constitui o maior obstáculo para o progresso da América Latina e anuncia que o Banco Mundial dá prioridade, em seus empréstimos, aos países que realizam planos para o controle da natalidade. McNamara comprova, com pesar, que os cérebros dos pobres pensam cerca de 25% a menos, e os tecnocratas do Banco Mundial (que já nasceram) fazem zumbir os computadores e geram complicadíssimas teses sobre as vantagens de não nascer. “Se um país em desenvolvimento, que tem uma renda média percapita de 150 a 200 dólares anuais, consegue reduzir sua fertilidade em 50% num período de 25 anos, ao cabo de 30 anos sua renda percapita será superior pelo menos em 40% ao nível que teria alcançado mantendo sua fertilidade, e duas vezes mais elevada ao fim de 60 anos”, assegura um dos documentos do organismo.
Tornou-se célebre a frase de Lyndon Johnson: “Cinco dólares investidos contra o crescimento da população são mais eficazes do que cem dólares investidos no desenvolvimento econômico.” Dwight Eisenhower prognosticou que, se os habitantes da Terra continuassem multiplicando-se no mesmo ritmo, não só se intensificaria o perigo de uma revolução, mas também se produziria “uma degradação do nível de vida de todos os povos, o nosso inclusive”.
Os Estados Unidos não sofrem, dentro de suas fronteiras, o problema da explosão demográfica, mas se preocupam, como ninguém, em difundir e impor, nos quatros pontos cardiais, a planificação familiar. Não somente o governo; também Rockefeller e a Fundação Ford sofrem pesadelos com milhões de crianças que avançam, como lagostas, partindo dos horizontes do Terceiro Mundo. Platão e Aristóteles haviam-se ocupado do tema antes de Malthus e McNamara; contudo, em nossos tempos, toda esta ofensiva universal cumpre uma função bem definida: propõe-se justificar a desigual distribuição de renda entre os países e entre as classes sociais, convencer aos pobres que a pobreza é o resultado dos filhos que não se evitam e pôr um dique ao avanço da fúria das massas em movimento e em rebelião. Os dispositivos intra-uterinos competem com as bombas e as metralhadoras, no Sudeste asiático, no esforço para deter o crescimento da população do Vietnã. Na América Latina é mais higiênico e eficaz matar os guerrilheiros nos úteros do que nas serras ou nas ruas. Diversas missões norte-americanas esterilizaram milhares de mulheres na Amazônia, apesar de ser esta a zona habitável mais deserta do planeta. Na maior parte dos países latino-americanos não sobra gente: ao contrário, falta. O Brasil tem 38 vezes menos habitantes por quilometro quadrado do que a Bélgica; Paraguai, 49 vezes menos do que a Inglaterra; Peru, 32 vezes menos do que o Japão. Haiti e El Salvador, formigueiros humanos da América Latina, têm uma densidade populacional menor do que a Itália. Os pretextos invocados ofendem a inteligência; as intenções reais inflamam a indignação.
Afinal, não menos da metade dos territórios da Bolívia, Brasil, Chile, Equador,Paraguai e Venezuela está habitada por ninguém. Nenhuma população latino-americana cresce menos do que a do Uruguai, país de velhos; entretanto nenhuma outra nação tem sido tão castigada, por uma crise que parece arrastá-la aos últimos círculos dos infernos. O Uruguai está vazio e seus campos férteis poderiam dar de comer a uma população infinitamente maior do que a que hoje sofre, sobre seu solo, tantas penúrias.
Há mais de um século, um chanceler da Guatemala tinha sentenciado profeticamente: “Seria curioso que do seio dos Estados Unidos, de onde nos vem o mal, nascesse também o remédio.” Morta e enterrada a Aliança para o Progresso, o Império propõe agora, com mais pânico do que generosidade, resolver os problemas da América Latina, eliminando de antemão os latino-americanos. Em Washington, já há motivos para suspeitar que os povos pobres não preferem ser pobres. Mas não se pode querer o fim sem querer os meios: aqueles que negam a libertação da América Latina, negam também nosso único renascimento possível, e de passagem absolvem as estruturas vigentes. Os jovens multiplicam-se, levantam-se, escutam: o que lhes oferece a voz do sistema? O sistema fala uma linguagem surrealista: propõe evitar os nascimentos nestas terras vazias; diz que faltam capitais em países onde estes sobram, mas são desperdiçados; chama de ajuda a ortopedia deformante dos empréstimos e à drenagem de riquezas que os investimentos estrangeiros provocam; convoca os latifundiários a realizarem a reforma agrária, e a oligarquia para pôr em prática a justiça social. A luta de classes não existe - decreta-se -, mais que por culpa dos agentes forâneos que a fomentam; em troca existem as classes sociais, e se chama a opressão de umas por outras de estilo ocidental de vida. As expedições criminosas dos marines têm por objetivo restabelecer a ordem e a paz social, e as ditaduras fiéis a Washington fundam nos cárceres o estado de direito, proíbem as greves e aniquilam os sindicatos para proteger a liberdade de trabalho.
Tudo nos é proibido, a não ser cruzarmos os braços? A pobreza não está escrita nos astros; o subdesenvolvimento não é fruto de um obscuro desígnio de Deus. As classes dominantes põem as barbas de molho, e ao mesmo tempo anunciam o inferno para todos.
De certo modo, a direita tem razão quando se identifica com a tranqüilidade e a ordem; é a ordem, de fato, da cotidiana humilhação das maiorias, mas ordem em última análise; a tranqüilidade de que a injustiça continue sendo injusta e a fome faminta. Se o futuro se transforma numa caixa de surpresas, o conservador grita, com toda razão: “Traíram-me.” E os ideólogos da impotência, os escravos, que olham a si mesmos com os olhos do dono,
não demoram a escutar seus clamores. A águia de bronze do Maine, derrubada no dia da vitória da revolução cubana, jaz agora abandonada, com as asas quebradas sob o portal do bairro velho de La Habana. A partir de Cuba, outros países iniciaram, por vias distintas e com meios distintos, a experiência da mudança: a perpetuação da ordem atual das coisas é a perpetuação do crime. Recuperar os bens que sempre foram usurpados, eqüivale a recuperar o destino.
Os fantasmas de todas as revoluções estranguladas ou traídas, ao longo da torturada história latino-americana, emergem nas novas experiências, assim como os tempos presentes, pressentidos e engendrados pelas contradições do passado. A história é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e contra o que foi, anuncia o que será. Por isso, neste livro, que quer oferecer uma história da pilhagem e ao mesmo tempo contar como funcionam os mecanismos atuais de espoliação, aparecem os conquistadores nas caraveIas e, próximo, os tecnocratas nos jatos; Hernán Cortês e os fuzileiros navais; os corregedores do reino e as missões do Fundo Monetário Internacional; os dividendos dos traficantes de escravos e os lucros da General Motors. Também os heróis derrotados e as revoluções de nossos dias, as infâmias e as esperanças mortas e ressuscitadas: os sacrifícios fecundos. Quando Alexander von Humboldt investigou os costumes dos antigos habitantes indígenas do planalto de Bogotá, soube que os índios chamavam de quihica as vítimas das cerimônias rituais. Quihica significava porta., a morte de cada eleito abria um novo ciclo de cento e oitenta e cinco luas.


fonte: GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. trad. Galeno de Freitas. 44. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004. p. 13-19.
 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

IMMANUEL WALLERSTEIN: Vamos discutir a pobreza?

Durante os quinze a vinte anos que o Consenso de Washington dominou o discurso no sistema-mundo, a pobreza era uma palavra tabu, mesmo quando estava crescendo. Agora, o FMI "descobriu" a pobreza. É importante compreender a sua lógica.

Por Immanuel Wallerstein
[10 de janeiro de 2011 - 09h47]

Durante os quinze a vinte anos que o Consenso de Washington dominou o discurso no sistema-mundo (cerca de 1975-1995), a pobreza era uma palavra tabu, mesmo quando estava crescendo aos pontapés. Diziam-nos que a única coisa que importava era o crescimento econômico, e que o único caminho para o crescimento econômico era deixar funcionar o “mercado”, sem qualquer interferência “estatista” – exceto, é claro, a do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Tesouro dos EUA.
A sra. Thatcher da Grã-Bretanha lançou então o seu famoso slogan: “Não Há Alternativa (TINA, sigla em inglês), que significava que não havia alternativa para qualquer outro Estado além dos Estados Unidos e, suponho, o Reino Unido. Os países ignorantes do Sul global tinham de abandonar as suas pretensões ingênuas de controlar o seu próprio destino. Se desistissem, teriam um dia (mas quem pode dizer quando?) a recompensa do crescimento. Se não, estavam condenados – ousarei dizê-lo? – à pobreza.
Os dias de glória do Consenso de Washington acabaram há muito. As coisas não melhoraram para a maioria dos povos do Sul global – pelo contrário – e a revolta estava no ar. Os neo-zapatistas levantaram-se em Chiapas em 1994. Os movimentos sociais provocaram a interrupção da reunião da Organização Mundial do Comércio de Seattle em 1999 (da qual nunca mais se recuperou). E o Fórum Social Mundial começou a sua vida expansiva em Porto Alegre, em 2001.
Quando a chamada crise financeira asiática explodiu em 1997, causando enormes prejuízos econômicos na Ásia oriental e do sudeste, espalhando-se para a Rússia, o Brasil e a Argentina, o FMI tirou do bolso o velho conjunto de exigências a estes países, caso quisessem alguma ajuda. A Malásia teve a coragem de dizer não, obrigado, e foi quem se recuperou mais rapidamente. A Argentina foi ainda mais arrojada, oferecendo-se para pagar a sua dívida a cerca de 30 centavos de dólar (ou então nada).
A Indonésia, pelo contrário, cedeu, e em breve a duradoura e aparentemente estável ditadura de Suharto foi derrubada por uma revolta popular. Na época, ninguém menos que Henry Kissinger bramiu ao FMI, dizendo, de fato: como é que podem ser tão estúpidos? Era mais importante para o capitalismo mundial e para os Estados Unidos manterem no poder um ditador amigo na Indonésia, do que ter um país seguindo as regras do Consenso de Washington. Num memorável artigo de opinião de 1998, Kissinger disse que o FMI estava agindo “como um médico especialista em sarampo [que] tenta curar todas as doenças com um só remédio”.
Primeiro o Banco Mundial e logo o FMI aprenderam a lição. Obrigar os governos a aceitar as fórmulas neoliberais como sua política (e como preço a pagar pela assistência financeira, quando os seus orçamentos de Estado ficavam fora dos eixos) pode ter consequências políticas desagradáveis. Acontece que afinal existem alternativas: as pessoas podem revoltar-se.
Quando estourou a bolha seguinte e o mundo entrou no que é agora conhecido como a crise financeira de 2007 ou 2008, o FMI ficou ainda mais em sintonia com essas massas desagradáveis que não sabem ficar no seu lugar. E, vejam bem, o FMI descobriu a “pobreza”. Não só descobriu a pobreza, como criou programas para”reduzir” a pobreza no Sul global. É importante compreender a sua lógica.
O FMI publica uma atraente revista trimestral chamada Finance & Development. Não é escrita por economistas profissionais, mas por um conjunto mais vasto de agentes políticos, jornalistas e empresários. A edição de setembro de 2010 publica um artigo de Rodney Ramcharan cujo título diz tudo: “A desigualdade é insustentável”.
Rodney Ramcharan é um “economista-sênior” do Departamento Africano do FMI. Ele diz-nos – seguindo a nova linha do Fundo – que “as políticas econômicas que se concentram apenas em taxas de crescimento médio poderiam ser perigosamente ingênuas”. No Sul global, a alta desigualdade pode “limitar o crescimento e a melhoria dos investimentos em capital físico e humano e aumentar a redistribuição possivelmente ineficaz”. Mas pior ainda, a alta desigualdade “dá aos ricos uma voz relativamente mais alta do que à maioria menos homogênea”. E isto, por sua vez, “pode distorcer ainda mais a distribuição de rendimentos e ossificar o sistema político, levando a consequências políticas e econômicas ainda mais graves a longo prazo.” 
Parece que o FMI finalmente ouviu Kissinger. Eles têm de se preocupar tanto com a plebe, especialmente em países de grande desigualdade, quanto com as suas elites, que também atrasam o “progresso” porque querem manter domínio sobre os trabalhadores não-qualificados.
Será que o FMI subitamente se tornou a voz da esquerda mundial? Não seja tolo. O que o FMI quer, tal como os capitalistas mais sofisticados do mundo, é um sistema mais estável no qual os seus interesses de mercado prevaleçam. Isso exige pressionar as elites do Sul global (e mesmo do Norte global) a abrirem mão de um pouco dos seus lucros mal ganhos para apoiar programas de “pobreza”, que apaziguem suficientemente os pobres sempre em expansão, para acalmar os seus pensamentos de revolta.
Pode ser tarde demais para essa nova estratégia funcionar. As flutuações caóticas são muito grandes. E a “desigualdade insustentável” está crescendo diariamente. Mas o FMI e aqueles cujos interesses representa não vão deixar de tentar.

Tradução, revista pelo autor, de Luis Leiria para o Esquerda.net. Foto por http://www.flickr.com/photos/s_w_ellis/.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Implantar a paz na porrada: quando isso deu certo?

  Comp@s, 
  Estão colocando a população dos morros cariocas à beira do precipício! Bem no estílo do cap. Nascimento: "pede pra sair! Pede?"
  Definitivamente isso não é segurança pública, mas medo público!  Insegurança Pública!
  A política se segurança pública está impondo a segurança de forma imaginária, da mesma forma que age o medo e a sensação de medo, temos tão somente a sensação pela imposição da ocupação das tropas. 
  O que se verifica e o que resultará disso, pela imposição de segurança, é meramente a sensação e com o agravante: a imposição do medo pelas "Tropas de Elites" governamentais que aprendem a atirar antes de perguntar!
  A política Cabralina (ou seria Cabralesca? Pra rimar com policialesca!) continua a trabalhar na velha e cansada (porém funcional) perspectiva etiológica de Crime e da Criminalidade, em que "os maus" estão nas favelas e só podem sair para servirem os brancos em suas mansões na Zona Sul.
  Política SÉRIA de Segurança Pública não é, definitivamente, política de ocupação de morro!
  Quando, historicamente, a paz se fez pela guerra?
  Na Palestina? No Oriente Médio? No Afeganistão?
  Sigo pela lógica Russoniana, que não é de Rousseau, mas de Renato Russo, que a guerra gera emprego e aumenta a produção!


Sérgio Cabral regulamenta as UPPs

Do blog Arma Branca, via Blogsfera Policial, domingo, 9 de janeiro de 2011, postado por Cecília Olliveira às 12:06
 
O governador Sérgio Cabral regulamentou, por meio de decreto, a implantação, estruturação, atuação e funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A decisão define também os objetivos das UPPs. Entre eles, consolidar o controle estatal sobre comunidades com forte influência da criminalidade e devolver à população local a paz e a tranquilidade.
A intervenção tática, primeira etapa, fica a cargo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). 
Também foi definido que a avaliação e o monitoramento das ações da polícia pacificadora serão feitos sistematicamente. O decreto ratifica ainda que os policiais das UPPs receberão gratificação de R$ 500.
O atual Comando de Policiamento Comunitário (CPCom) passa a ser a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), que terá atribuição de planejar a implantação e estabelecer as diretrizes das UPPs.

Bandeira do Bope no Morro São João.
Um dia depois da entrada do Batalhão de Operações Especiais (Bope) nos morros da Matriz, São João, Quieto e Sampaio para a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) , a bandeira do batalhão foi hasteada no início da tarde desta sexta-feira alto do morro São João, em cima de uma laje. Acompanhado das bandeira do Brasil e do Estado do Rio, o pavilhão do Bope simboliza a retomada do morro pelo estado rumo à pacificação. Do alto, policiais do Bope eram acompanhados por moradores do morro que faziam sinal de positivo para a ocupação. A UPP São João junta-se às 13 já inauguradas, totalizando 45 favelas atendidas e mais de 250 mil moradores beneficiados pelo projeto.
Ontem também, os policiais instalaram, no final da Rua Conselheiro Jobim, no alto do morro São João, dois contêineres que servirão de base operacional para o Bope. De lá, segundo o Relações Públicas do batalhão, capitão Ivan Blaz, os policiais podem se deslocar com maior facilidade para todos os morros do Engenho Novo. Uma outra base está instalada no Ciep Santo Agostinho.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Chegamos aos 500mil!

Comp@s!
Como noticiado no Blog do Luiz Flávio Gomes somos os campeões na corrida pelo  encarceramento.
Lementável estatística!

===
"Sistema Carcerário Brasileiro
 
 Vamos aos números:


Dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) revelam que o Brasil já completou 500 mil presos. No dia 07 de outubro de 2010, no II Seminário de Justiça Criminal do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) , o Ministro Cezar Peluso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), divulgou os números do sistema penitenciário brasileiro naquele dia: 498.500 presos. No mês de novembro de 2010 alcançamos a marca dos 500 mil presos.

450% de aumento em vinte anos

Dados do DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça, revelam que no ano de 1990 havia aproximadamente 90 mil presos no sistema penitenciário brasileiro. Se em 1990 tínhamos 90 mil presos e no final de 2010 tínhamos 500 mil, a conclusão que se extrai é que a população carcerária nacional é 5,5 vezes maior que a existente nos anos 90.

Ou seja: houve crescimento de 450% na população carcerária brasileira (tendo em conta o período acima mencionado: 1990/2010).

Isso tornou o Brasil campeão do mundo em crescimento prisional (...)


LUIZ FLÁVIO GOMES - Doutor em Direito penal pela Universidade Complutense de Madri e Mestre em Direito Penal pela USP. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Blog: www.blogdolfg.com.br. Twitter: http://twitter.com/ProfessorLFG. Encontre-me no Facebook.
Pesquisadora: Natália Macedo.

Fonte: http://www.blogdolfg.com.br/sistema-carcerario-brasileiro/brasil-500-mil-presos-campeao-mundial-em-crescimento-carcerario-1

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

ABSURDO: “Lista Suja” do Trabalho Escravo


“Lista suja” inclui 88 novos empregadores; confira nomes
Fonte: racismoambiental, 03/01/2011 15:39

Atualização semestral chama atenção tanto pela quantidade de empregadores incluídos (88) como pela variada gama dos mesmos – em termos do conjunto de regiões do país e dos diversos setores econômicos em que atuam
A atualização semestral da “lista suja” do trabalho escravo deste final de ano incluiu 88 novos empregadores e soma agora 220 infratores. Antes da alteração, o cadastro oficial mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tinha 147 nomes. Com a mudança promovida nesta sexta (31), juntamente com as significativas inserções, foram excluídos 16 pessoas físicas e jurídicas que cumpriram os dois anos na relação e mais uma única empresa (Energética do Cerrado Açúcar e Álcool Ltda.) foi adicionada por conta de queda de liminar judicial que a mantinha fora da lista. 
Além da quantidade de novos empregadores incluídos (88), chama a atenção a variada gama dos mesmos – tanto em termos dos variados estados e da totalidade dos regiões do país em que estão espalhados como no que diz respeito aos mais diversos setores econômicos em que atuam. 
Entraram para a “lista suja” desde tradicionais pecuaristas, carvoeiros, canavieiros e sojicultores até produtores de milho, cebola, tomate, café, erva-mate, algodão e pinhão-manso. Empresas de extrativismo vegetal (corte de eucalipto e pinus, bem como coletores de látex) e mineral. Também estão presentes agentes da área da construção civil e da siderurgia.

Divisão por UF dos 88 infratores incluídos na “lista suja”

1. Pará (PA)……………….....…...24
2. Mato Grosso (MT)……..………10
3. Mato Grosso do Sul (MS)….....…9
4. Santa Catarina (SC)…...….....…7
5. Piauí (PI)………………..….……6
6. Goiás (GO)……………...…...….5
Maranhão (MA)………….…......….5
8. Rio Grande do Sul…….…...….…4
Paraná (PR)…………….....…...…..4
9. Tocantins (TO)………....…....…..3
Ceará (CE)………………..…....….3
Espírito Santo (ES)……….........…..3
12.Bahia (BA)…………..……........2
Minas Gerais (MG)………......……2
14.Rondônia (RO)…………......….1
O Pará aparece em destaque, com 24 inclusões. O segundo lugar é do Mato Grosso, com 10; seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 9. Na sequência, aparece Santa Catarina (com 7 casos), Piauí (6), e Goiás com Maranhão (ambos com 5). Rio Grande do Sul e Paraná apresentam 4 registros cada. Tocantins, Ceará e Espírito Santo (todos os três com 3 casos); Bahia e Minas Gerais (dois registros cada) e Rondônia (com um caso) completam a divisão dos novos nomes que constam da “lista suja” de acordo com a divisão pelos estados da nação. 
Marcadas pela expansão da fronteira agropecuária, Norte e Centro-Oeste aparecem com destaque na comparação entre regiões. Do total, 28 dos novos integrantes da lista foram flagrados no Norte (Pará, Tocantins e Rondônia). Outros 24 mantinham trabalho escravo no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás). O Nordeste somou 16 nomes (em decorrência de ocorrências na Bahia, no Ceará, no Maranhão e no Piauí), acompanhado pelo Sul (15) e pelo Sudeste (5).
Inclusões e Exclusões da “Lista Suja” do Trabalho Escravo
 
Entraram em 31/12/2010  
Adão de Góes – 592.275.599-49
Ademar Teixeira de Barros – 193.494.086-00
AG Construtora Ltda. ME – 08.715.574/0001-58
Agostinho Zarpellon e Filhos S.A. Ind. E Comércio – 78.141.843/0001-03
Agroflorestal Tozzo S.A. – 02.298.006/0002-01
Agropecuária Corumbiara S/A – 04.418.398/0001-31
Agropecuária São José Ltda. 03.141.488/0001-65
Agrovale Cia. Industrial Vale do Curu – 07.798.994/0001-82
Airton Fontenelle Rocha – 026.711.583-00
Airton Rost de Borba – 336.451.750-91
Aloísio Miranda Medeiros – 871.560.406-34
Antônio Assunção Tavares – 049.302.073-04
Antônio Carlos Martin – 339.534.147-04
Antônio Feitosa Trigueiro – 028.607.833-34
Ari Luiz Langer – 300.237.779-15
Bioauto MT Agroindustrial Ltda. – 08.645.222/0002-54
Brochmann Polis – Industrial e Florestal S.A. 83.750.604/0001-82
Carla Ezequiela Tiunilia Tavares Diniz Lemos Melo – 571.146.411-68
Carlos Fernando Moura & Cia. Ltda. – 00.110.581/0001-14
Carvoaria Santa Lúcia Ltda. ME – 09.606.470/0001-78
Cleber Vieira da Rosa & Cia. Ltda. – 09.025.835/0001-70
Construtora Lima e Cerávolo Ltda. – 02.683.698/0001-12
Darci Antônio Marques – 542.626.408-25
Dario Sczimanski – 026.596.899-20
De Bona e Marghetti Ltda. – 06.027.636/0001-03
Délio Fernandes Rodrigues – 288.135.531-53
Derimácio Maciel Soares – 385.433.971-20
Dissenha S/A Indústria e Comércio – 81.638.264/0007-62
Edésio Antônio dos Santos – 130.382.903-78
Edil Antônio de Souza – 368.373.851-00
Edson Gomes Pereira – 523.172.503-04
Edson Rosa de Oliveira – 158.863.938-03
Elcana Goiás Usina de Álcool e Açúcar Ltda. – 08.646.584/0001-89
Ervateira Regina Ltda – 84.585.470/0001-54
Espedito Bertoldo de Galiza – 066.925.083-04
Eujácio Ferreira de Almeida – 479.534.627-53
Fabiano Queiroz – 876.184.946-49
F. L. da Silva Carvoaria – 04.888.353/0001-20
Gilmar Gomes – 10.250.105/0001-52
Gilmar Toniolli – 475.888.700-44
Ind., Com. e Representações Família Betel Ltda. – 12.317.202/0001-40
Imfisa – Infinity Itaúnas Agrícolas S/A. – 39.403.274/0001-67
Isaías Alves Araújo – 257.529.951-91
Jaime Argollo Ferrão – 139.730.618-15
João de Araújo Carneiro – 001.284.653-87
João Dilmar Meller Domenighi – 262.332.070-53
João Ribeiro Guimarães Neto – 127.367.591-68
Joel Pereira Corrêa – 022.756.941-53
José Carlos Castro dos Santos – 345.160.185-00
José Carlos Pereira da Silva – 858.232.449-91
José Celso do Nascimento Oliveira – 256.803.665-68
José de Oliveira Lima – 110.902.001-53
José Egídio Quintal – 011.739.109-30
José Silva – 008.067.734.-72
JR2 Construtora Ltda. – 04.247.681/0001-48
Landualdo Silva Santos – 375.838.832-53
Libra Ligas do Brasil S.A. – 10.500.221/0001-82
Madecal Agro Industrial Ltda. – 83.053.777/0002-22
Magno Rodrigues de Souza – 873.741.022-91
Manoel Luiz de Lima – 117.134.109-15
Nelcimar Borges do Prado – 039.738.081-04
Nelson Donadel* – 008.042.230-68
Nutrivale Madeiras e Erva-Mate Ltda. 75.144.139/0001-08
Onofre Marques de Melo – 050.043.141-87
Osmar Alves dos Santos – 031.447.631-87
Pedro Ilgenfritz 007.355.541-02
Peris Vieira de Gouvêa – 214.527.257-72
Ramilton Luis Duarte Costa 745.079.823-91
Realsul Reflorestamento Américas do Sul Ltda. – 77.585.701/0001-64
Repinho Reflorestadora Madeiras e Compensados Ltda. – 82.196.510/0001-40
Ricardo Peralta Pelegrine – 06.916.320/0001-72
Roberto Sebastião Pimenta 223.128.116-34
Ronaldo Garcia Pereira – 427.359.632-68
Rotavi Industrial Ltda. – 59.591.974/0014-54
Samarone de Freitas – 827.977.571-49
Sebastião Levi de Carvalho – 011.690.681-20
Sebastião Marques da Silva – 097.955.612-00
Sinomar Pereira de Freitas – 061.306.901-34
Transcarmo Transporte de Combustíveis Ltda. – 24.884.516/0001-80
Usina Fortaleza de Açúcar e Álcool – 05.935.048/0001-05
Valdemar Rodrigues do Vale – 092.315.011-00
Valdivino Barbosa da Silva – 268.106.702-20
Valnei José Queiroz – 664.920.410-20
Valtenir João Rigon – 680.445.349-20
Vanil Martins Sampaio – 068.305.606-91
Von Rommel Hofmann Peixoto – 001.693.997-29
Wanderley Rabelo de Andrade – 376.882.436-53
Welson Moreira da Luz – 680.881.082-68
Saíram em 31/12/2010
013.202.708-91 – Adolfo Rodrigues Borges
035.406.423-15 – Antônio José Assis Braide
427.352.541-00 – Benedito Neto de Faria
452.361.006-15 – Daniel de Paiva Abreu
07.617.675/0002-04 – Ecofértil Agropecuária Ltda.
402.456.832-91 – Fábio Oliveira Ribeiro
26.830.240/0001-07 – Fatisul Indústria e Comércio de Óleos Vegetais Ltda.
061.664.905-34 – Flávio Orlando Carvalho Mattos
021.651.635-87 – José Rodrigues dos Santos
181.929.206-15 – Marco Antônio Andrade Barbosa
087.860.918-08 – Paulo Rogério Sumaia
131.447.406-59 – Raimundo Nonato de Pinho Filho
07.674.312/0001-20 – Reflorestar Com. Atacadista de Produtos Florestais Ltda. 215.712.607-49 – Romildo Contarini
072.967.381-20 – Sebastião Cabral Moreira Guimarães
000.285.769-34 – Valdir Bueno de Faria
(grifo destaca os CPF's provenientes do estado de Santa Catarina)

A atualização de sexta (31) consiste na última realizada no governo Lula e a maior em número de entradas. Esse grande volume de inclusões está diretamente vinculado ao grande número de estabelecimentos inspecionados entre 2007 a 2009 (206, em 2007; 301, em 2008; e 350, em 2009). 
O período existente entre as libertações e a entrada efetiva do empregador na “lista suja” é marcado pelo processo administrativo dentro do MTE, que inclui o direito de defesa por parte do fiscalizado. Nesse intervalo, o número de pessoas libertadas, de acordo com a pasta responsável dentro do governo federal, foi de 3.769 em 2009; 5.016 em 2008; e 5.999 em 2007.
 A “lista suja” é reconhecida internacionalmente como um dos principais instrumentos no combate ao crime de trabalho escravo no Brasil. A pressão decorrente da inclusão no cadastro se dá por parte da opinião pública e da repressão econômica. 
Após a inclusão do nome do infrator na “lista suja”, instituições federais, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco da Amazônia (Basa), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendem a contratação de financiamentos e o acesso ao crédito. Bancos privados também estão proibidos de conceder crédito aos relacionados na lista. Quem é nela inserido também é submetido a restrições comerciais e outros tipo de bloqueio de negócios por parte das empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. 
O nome da pessoa física ou jurídica incluída permanece na relação por pelo menos dois anos. Durante esse período, o empregador deve garantir que regularizou os problemas e quitou suas pendências com o governo e os trabalhadores. Caso contrário, permanece na lista.
Íntegra do documento do MTE: http://www.mte.gov.br/trab_escravo/lista_suja.pdf

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

¡4,5!

Comp@s,
Muito embora a gente conheça as armadinhas das estatísticas e, além, das cifras que podem ser (ou não) ocultadas, esta taxa é realmente baixa.
Emociono-me quando leio estas notícias, ainda mais quando elas vêm de Cuba, com todos os embargos sofridos pelo Mundo imperialista, eles dão conta da saúde, da educação e da alimentação mínima a toda a população.
Podem ficar à vontade em me atirar todas as pedras e críticas, das fallhas, dos equívocos comunistas, soclalistas e, até, violências do siistema - autoritário e ditatorial, mas, parafrasendo Galeano, eu queria viver no Mundo em que não existam mortes por indigestão e outras por inanição! Abraços! Dani Felix


Termina el 2010 con una tasa de mortalidad infantil de 4,5 por 1 000 nacidos vivos, la más baja registrada en nuestro país en toda su historia. Villa Clara encabeza la lista: 2,5. Otras siete provincias y el municipio especial Isla de la Juventud muestran tasas por debajo de 5,0. Veintitrés municipios con cero mortalidad. Se produjeron 127 710 nacimientos 

José A. de la Osa 

Una justa mirada al comportamiento de las tasas de mortalidad infantil en los últimos 51 años, nos lleva de la mano a comprender los desvelos de la Revolución a favor de la salud y el bienestar de la madre y el niño. 
La tasa alcanzada en el 2010 —4,5 por mil nacidos vivos, sin precedentes en Cuba—, no es más que la confirmación de ese indeclinable y colosal esfuerzo de un país pobre y criminalmente bloqueado, que ha logrado situarse como la nación de las Américas con más baja mortalidad infantil, indicador internacional que mide la calidad con que una sociedad atiende y protege a las gestantes, a las puérperas y a los niños. 
En el año recién concluido se produjeron 127 710 nacimientos. En relación con el 2009 esta cifra representa una disminución de la natalidad de 2 326 niñas y niños, aunque cabe destacar que en el 2010 se registraron 45 defunciones menos. Villa Clara logra la más baja mortalidad del país (2,5), y otras siete provincias se sitúan por debajo de 5,0: Holguín, 3,0; Cienfuegos y Matanzas, 3,7; Camagüey, 4,4; Granma, 4,7; Pinar del Río y Sancti Spíritus, 4.9. El municipio especial Isla de la Juventud muestra 2,8. Las provincias con un resultado superior a 5,0 no sobrepasan una tasa de 5,7, exponente de la equidad de nuestro sistema social. 
Entre los factores que han contribuido a estas favorables tasas se encuentran, en primer lugar, la voluntad política del Gobierno revolucionario de ofrecer atención a la salud a todos los ciudadanos, con especial esmero a las madres y los niños; la existencia de un alto grado de escolarización de la población; un programa de vacunación que abarca 13 enfermedades, con una cobertura de prácticamente el ciento por ciento de los niños, lo que ha conducido a la erradicación y control de varias afecciones prevenibles mediante la inmunización. 
También por disponer de un sistema de salud universal, accesible y gratuito para toda la población, sustentado en una amplia red de centros asistenciales e instituciones de atención primaria, junto a sistemáticas campañas de promoción y prevención. 
En general, los gastos por habitante en salud que eran de 3 pesos con 72 centavos en 1959 (con una población de unos siete millones), el pasado año 2010 se elevaron hasta los 576 pesos per cápita para los 11 242 628 habitantes.

Fonte: Lista da RENAP

sábado, 1 de janeiro de 2011

O BRASIL É FEMININO!

Companheir@s,
é com muita honra que o post inaugural de 2011 do Blog anuncia:
DILMA ROUSSEFF É EMPOSSADA A PRIMEIRA PRESIDENTE MULHER DA HISTÓRIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Não quero aqui fazer previsões mirabolantes, até porque não tenho qualquer análise conjuntural profunda, por isso poupo-os dos meus comentários, que aqui seriam meramente panfletários. 
Penso que a história falará por si. Torço por Dilma, assim como torço pelo acesso das mulheres às políticas, ainda machista, sectária e elitista. Que Dilma faça, de fato, a diferença para tod@s nós Brasileiros, mas, especialmente, a NÓS MULHERES BRASILEIRAS!
Que este símbolo seja ressignificado.

Abraços e avante!  

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Dilma e Temer assinam termo de posse e já são oficialmente presidenta e vice-presidente do Brasil
01/01/2011 15:14 - Portal Brasil
Às 14h30 deste sábado (1), perante o Congresso Nacional, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, sob a direção do senador José Sarney, ao lado do presidente da Câmara, deputado Marco Maia, e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro César Peluso, entre outras autoridades, Dilma Rousseff e Michel Temer foram solenemente empossados nos cargos. Ao assinaram (sic) o termo de posse são agora oficialmente presidenta e vice-presidente do Brasil.