terça-feira, 21 de abril de 2009

Que direitos? Que humanos?

Sebastião Salgado


Choca-me profundamente ver notícias como esta nos dias de hoje, ainda mais vinda de Agentes Públicos que apregoam em alto e bom tom defensores dos Direitos Humanos. Pessoas que se julgam DEUSES e julgam seus próximos.
Por outro lado me revolto com quando se marginaliza um Movimento de Luta por terras e por renda.
É muito fácil para nós, habitantes das URBES, falar dos camponeses, que há séculos sofrem na mão dos latifundiários.
Os casos que chegam à mídia não representa, nem de longe, o que acontece na vida real... Vamos acordar, embora já um pouco tarde, aos nossos irmãos que estão morrendo e sendo explorados na sua força de trabalho, em nome de um modelo econômico extremamente cruel e protetor aos que muito tem...


Nesta quarta feira dia 22 de abril, o Tribunal de Justiça do Maranhão deciderá pelo recebimento ou não da denuncia contra o Juiz Marcelo Testa Baldochi, acusado de trabalho escravo em sua fazenda no município de Bom Jardim em setembro de 2007, quando os Fiscais do Grupo Móvel de Fiscalização da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) libertaram 27 pessoas que eram mantidas em regime de escravidão incluindo um adolescente de 15 anos.
A equipe de fiscalização constatou que os trabalhadores se encontravam em condição
degradante e insalubre, dormiam em uma casa abandonada, sem registro em carteira
e com 4 meses de salários atrasados. Diante dos fatos comprovados pelos fiscais do trabalho, a Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão ofereceu denuncia contra o Juiz ao Tribunal de Justiça em fevereiro de 2008, a Procuradoria Geral de Justiça ofereceu base o relatório do grupo móvel do TEM. O Ministério Público pede a condenação do Juiz pelo crime de exploração de trabalho em condições análogo a de escravo.
Na ocasião em que foi realizada a fiscalização, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, encaminhou um ofício ao Governo do Maranhão para que assumisse uma bolsa de estudos ao adolescente resgatado, pois o mesmo é analfabeto e nunca freqüentou uma escola. Em conversa com o adolescente, residente em Alto Alegre do Maranhão, o mesmo nos informou que nunca foi procurado por algum agente do Estado no sentido de receber tal solicitação ou algum tipo de apoio
social.
Fonte: Josimar Melo - Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo - MA


Beijos e boa semana pós-feriado!
Dani

Nenhum comentário: