sexta-feira, 9 de abril de 2010

O BANQUETE: Caravana da Anistia indeniza Zé Celso em São Paulo

Caríssim@s Companheir@s,
Recebi este mail pela Lista da RENAP e socilizo com vocês. 
Trata-se de toda repercussão midiática acerca da Sessão que Anistiou Zé Celso.
Não posso deixar de mencionar que este processo teve a relatoria do Nosso Colega Prudente Silveira de Mello, Advogado em Florianópolis, Membro Fundador do PT e Militante engajado nas lutas e Movimentos Sociais em Santa Catarina.
Abraços,
Dani Felix

(Reproduzo da forma que recebi - feitas algumas pequnas alterações de formataçõs tão somente - e, por isso, não há como fazer menção integral às fontes!)





O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa recebeu na tarde desta quarta-feira (7) indenização e perdão do Estado em anistia política sobre perseguição do período de ditadura militar. O valor da indenização ficou fixado em R$ 570 mil e o diretor passa a ter direito a vencimentos mensais vitalícios de cerca de R$ 5 mil. A anistia foi concedida em cerimônia ocorrida no Teatro Oficina (região central de São Paulo).
Aberto ao público e gratuito, o ato simbólico fez parte das "Caravanas da Anistia", sessões públicas itinerantes de apreciação de requerimentos de anistia política, promovidas pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Trata-se de uma política pública de educação em direitos humanos, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar a memória política brasileira, em especial do período da ditadura militar. 
Após a sessão oficial de julgamento foi feita apresentação do espetáculo “O Banquete”, baseado no diálogo escrito por Platão
Histórico
José Celso Martinez Corrêa foi abordado por agentes da ditadura militar no dia 22 de maio de 1974. Ele foi encapuzado e levado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na capital paulista, onde passaria quase um mês. Durante sua prisão, sofreu tortura e ficou confinado em uma solitária. A motivação da prisão, no entanto, nunca foi revelada. 
O diretor foi solto em 17 de junho de 1974 e permaneceu em liberdade condicional, tendo de se apresentar semanalmente ao Dops. Sem nenhuma condição de trabalho no Brasil, a Comunidade Oficina Samba - o antigo grupo Oficina - se organizou ao longo daquele ano e, a partir de setembro, partiu para Portugal. 
O exílio durou aproximadamente cinco anos e o grupo trabalhou com teatro e cinema em Lisboa, Moçambique, Paris e Londres. A partir de 1979, Zé Celso e os artistas do Oficina voltaram ao país e iniciaram um movimento de renovação do grupo.
Outros indenizados
Além de José Celso, outros artistas brasileiros também foram beneficiados pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em especial os fundadores do semanário “O Pasquim”, em 1969. Os cartunistas Jaguar (Sérgio Jaguaribe) e Ziraldo receberam, respectivamente, R$ 1.027.383,29 e R$ 1.000.253,24, além do direito a vencimentos mensais até a morte de R$ 4.375,88. (Fonte: Uol Notícias)

Anistia para Zé Celso - Hino Nacional em ritmo de bossa nova será executado hoje no Oficina -  07 de abril de 2010 | 8h 37 - Beth Néspoli - O Estado de S.Paulo

Renascimento. Preso, torturado e exilado, o diretor Zé Celso precisou de 15 anos para retomar em plenitude a sua criação. Foto: JF Diorio/AE
No dia 22 de maio de 1974 o encenador, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa foi abordado por homens armados que o encapuzaram, colocaram-no dentro de um carro e o levaram. Era mais uma prisão realizada durante o regime militar que tivera início com um golpe dez anos antes. Zé Celso foi levado para o Departamento de Ordem Política e Social, na região da Luz, onde passaria quase um mês. No Dops foi torturado. Passou pelo pau de arara e levou choques e golpes que lhe arrancaram alguns dentes. Depois foi jogado em uma solitária.
Mais de três décadas depois, Zé Celso receberá autoridades do governo brasileiro ao som do Hino Nacional executado em ritmo de bossa nova em seu Teatro Oficina numa solenidade de celebração da democracia. Vestido num terno, ele será hoje, a partir das 14 h, o anfitrião da 35.ª Caravana da Anistia. Criada em 2001, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça tem como função analisar os requerimentos de pessoas que foram vítimas de perseguição política entre 1946 e 1988 (lei 10.559/2002). Desde abril de 2008, foi criada a Caravana da Anistia que aprecia processos em atos públicos, numa ação cultural de resgate de memória.
Veja também:
A caravana já percorreu 17 Estados e apreciou publicamente mais de 800 processos. O educador Paulo Freire e o líder dos seringueiros Chico Mendes estão entre os já homenageados. Em ato inédito desde sua criação, a 35.ª Caravana da Anistia, que contará com a presença do ministro da Cultura Juca Ferreira, fará a apreciação apenas do processo do diretor Zé Celso, no Oficina, no seu 35.º ato público. Será também teatral e terá início às 14 h, no Oficina, seguido de apresentação gratuita do espetáculo O Banquete. Dezenas de artistas foram convidados.
Zé Celso enviou requerimento de pedido de "indenização por prejuízos causados pela ditadura militar" no dia 8 de dezembro de 2004 à Comissão da Anistia, documento ao qual o Estado teve acesso (leia trecho ao lado), e será lido na íntegra pelo relator Prudente Mello hoje no palco do Oficina, mais especificamente no cenário de O Banquete, uma imensa mesa retangular que toma toda a pista do teatro. Nesse documento, Zé Celso relata sua prisão e a de companheiros de teatro, a tortura, os obstáculos à continuidade do Oficina impostos no período por meio de censura aos textos ou interdições às encenações, o exílio de cinco anos, o incêndio destruidor no teatro. Relata com detalhes a difícil passagem dos tempos de resistência obscura, período em que ganhou a alcunha de decano do ócio, aos novos tempos de "re-Existência", a partir dos anos 90, quando efetivamente conseguiu retomar sua arte em plenitude, na criação de espetáculos como Bacantes, Cacilda! e Os Sertões.
"A tortura tatua o corpo. Quem passou pela tortura vai combatê-la sempre", diz Zé Celso em vídeo que pode ser visto na TV Estadão, no qual fala sobre Direitos Humanos, tortura, liberdade, arte e política.
PALAVRAS DO ZÉ NO SEU APELO A AUTORIDADES
"Por muitos anos tentei recalcar para poder sobreviver e viver de novo os danos causados pela ditadura no meu corpo, na minha alma, no meu trabalho profissional e no de minha criação o que vale também para o corpo físico do Teatro Oficina. Posso afirmar que a ditadura operou sobre mim e o Oficina o que Glauber Rocha chamava de assassinato cultural. Eu e o teatro fomos assassinados socialmente. Muitos achavam mesmo que eu tinha morrido, me apontavam como vítima que a ditadura tinha eliminado, consideravam que eu e o teatro não teríamos mais uma segunda vida. Foram 15 anos de uma luta enorme para provar a mim mesmo que eu estava vivo de novo. Não falava quase em tortura ou em repressão, somente através de atos teatrais. Reaberto o teatro, foram mais de dez anos de muito sucesso para provar que nós tínhamos ressuscitado."
SERVIÇO:
Solenidade da 35ª Caravana da Anistia seguida de O Banquete. Rua Jaceguai, 520, tel. 3106-2818. Grátis, 14 horas - retirar senha no teatro a partir das 11h

DITADURA MILITAR - Dramaturgo Zé Celso recebe anistia do Estado e pensão vitalícia de R$ 5.000 - Agência Brasil - 08/04/2010 - 11h16
Na quarta-feira (7/4) o palco do Teatro Oficina serviu para que o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa recebesse o perdão oficial do Estado e a declaração de anistiado político, o que lhe renderá uma pensão mensal vitalícia, no valor de R$ 5.000.
O dramaturgo receberá também um valor retroativo de R$ 569 mil.
O Teatro Oficina foi muito utilizado na época da ditadura para contestar o regime militar (1964-1985).
A cerimônia que analisou o requerimento do dramaturgo, na 35ª Caravana da Anistia, foi realizada seguindo os padrões oficiais, com a leitura do processo pelo relator do caso, Prudente Mello, e a votação de seis membros, que foram unânimes em atender ao pedido do diretor.
Foram seguidos também os padrões do teatro de José Celso: os jornalistas, o público e os membros da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça entraram descalços no teatro e foram recebidos por atores, alguns deles nus, numa cerimônia chamada de Lava-pés.
No teatro foi exibido um vídeo que falava sobre os 30 anos da anistia no Brasil.
O julgamento de Zé Celso, como é conhecido, atraiu um grande número de público ao teatro. O ato foi marcado pela emoção dos julgadores e do dramaturgo, que chorou enquanto o relator fazia a leitura do processo.
Em maio de 1974, um mês depois de o Teatro Oficina ter sido invadido por policiais, Zé Celso foi preso quando tentava entrar na casa de uma irmã, em São Paulo. Ele ficou quase um mês preso no Dops (Departamento de Ordem Política e Social).
“Passei pelo pau de arara, sofri choques elétricos, palmatória e roda de porradas, onde perdi dentes. E fui jogado numa solitária, com a luz acesa noite e dia, ouvindo gritos de torturados, como eu”, afirmou. Quando saiu da prisão, Zé Celso exilou-se em Portugal, onde permaneceu até 1979, quando foi decretada a anistia no Brasil.

O dramaturgo falou sobre a importância da anistia. “A importância [da anistia] é a história agora, no Brasil de agora. O que é importante é que o que aconteceu no passado foi ‘reexistido’, a gente driblou o que aconteceu no passado”, disse.
Entretanto, ele afirma que ainda existem “problemas gravíssimos de violação aos direitos humanos” e de tortura no país. Como exemplo, citou o que ocorre com os presos nas penitenciárias do país.
Para o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, casos como o do dramaturgo são mais fáceis de serem julgados pela notoriedade e porque são de conhecimento da população.
Ele lembrou que há casos de julgamento mais difícil por conta de que, documentos que poderiam comprovar as denúncias, ainda não foram abertos.
“Temos inúmeras situações de pessoas que foram perseguidas, presas, tiveram sua liberdade ceifada, mas a ausência da abertura dos arquivos da ditadura impede a comprovação de suas alegações. Daí a importância da revelação da verdade”, afirmou.

Abrão informou que o aviso sobre a aprovação da pensão vitalícia de Zé Celso será encaminhado ao Ministério do Planejamento num prazo de 60 dias, para que seja incluído na folha de pagamento. Já o valor retroativo será parcelado em até dez anos.

A Comissão de Anistia já analisou mais de 55 mil processos de pessoas que afirmam ter sido vítimas de perseguição política entre os anos de 1946 e 1988. Deste total, 30 mil foram deferidos. A expectativa de Paulo Abrão é terminar de analisar em primeira instância, até o final deste ano, cerca de 15 mil requerimentos.
07 de abril de 2010

Portal Luis Nassif
Zé Celso Martinez - Anistia, antes tarde do que nunca

“Por muitos anos tentei recalcar para poder sobreviver e viver de novo os danos causados pela ditadura no meu corpo, na minha alma, no meu trabalho profissional e no de minha criação o que vale também para o corpo físico do Teatro Oficina. Posso afirmar que a ditadura operou sobre mim e o Oficina o que Glauber Rocha chamava de assassinato cultural. Eu e o teatro fomos assassinados socialmente. Muitos achavam mesmo que eu tinha morrido, me apontavam como vítima que a ditadura tinha eliminado, consideravam que eu e o teatro não teríamos mais uma segunda vida. Foram 15 anos de uma luta enorme para provar a mim mesmo que eu estava vivo de novo. Não falava quase em tortura ou em repressão, somente através de atos teatrais. Reaberto o teatro, foram mais de dez anos de muito sucesso para provar que nós tínhamos ressuscitado.”
Palavras do diretor teatral Zé Celso que sofreu na pele as arbitrariedades da Ditadura Militar.O diretor teatral foi preso, torturado e exilado durante os anos de chumbo.
Em cerimônia realizada hoje (07/04), no Teatro Oficina, Zé Celso recebeu membros da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que tem a função de analisar os requerimentos de pessoas que foram vítimas de perseguição política entre 1946 e 1988 (lei 10.559/2002).
Como bom anfitrião, Zé Celso recebeu a 35.ª Caravana da Anistia, com a peça "O Banquete". Realidade e ficção se misturaram no evento. Zé Celso enviou requerimento de pedido de ‘indenização por prejuízos causados pela ditadura militar’ no dia 8 de dezembro de 2004 à Comissão da Anistia.
Como mencionamos no título desse post, "ANTES TARDE DO QUE NUNCA"...

O diretor Zé Celso Martinez recebeu a 35ª Caravana da Anistia, com a peça "O Banquete", no Teatro Oficina - São Paulo (07/04/2010).

Cadernos Estaduais

Mais conteúdo

Cultura -7 de Abril de 2010 - 20h24 -Dramaturgo Zé Celso é anistiado em sessão emocionada

O hino tocou, mas em ritmo de bossa nova e pancadão. Autoridades estavam lá, mas ao lado de atores nus, que apresetariam espetáculo em homenagem a Eros. Ao invés de ocorrer nos salões de Brasília, o julgamento do pedido de anistia do ‘papa’ do teatro brasileiro, José Celso Martinez Corrêa, foi no Teatro Oficina, especificamente sobre a mesa que é cenário da peça que viria depois. Em sessão emocionada, o Estado brasileiro pediu perdão pelas violações que cometeu contra Zé Celso na ditadura.

Lenise Pinheiro/UOL
 Ze Celso
Zé Celso recebeu homenagem em evento concorrido que depois contou com a apresentação da peça "O Banquete"
Em 22 de maio de 1974, o teatrólogo foi encapuzado por agentes da repressão e levado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em São Paulo, onde passaria quase um mês. Nesse período, foi torturado. Recebeu choque elétrico, ficou pendurado no pau de arara e apanhou muito. Chegou a ser confinado em uma solitária.
Depois de solto, permaneceu em liberdade condicional. Com um trabalho sempre engajado, Zé Celso se viu sem condições de desempenhar sua atividade profissional no país. Partiu para um exílio que duraria cinco anos.
Mais de três décadas depois, ele recebeu, nesta quarta (07), o perdão oficial do Estado, concluindo seu processo de anistia que tramitava desde 2002. E, como não poderia deixar de ser, em se tratando do ousado e inventivo Zé Celso, o ato simbólico nada teve de solene. Começou do lado de fora do teatro, onde atores trajados com o figurino diminuto do espetáculo  “O Banquete” entoavam cantigas e convidavam o público e as autoridades a entrarem.
Em seguida, como ocorre nas apresentações, todos – obrigatoriamente descalços - foram conduzidos a um lava-pés. Aberto à população e gratuito, o ato começou em seguida, como parte da “Caravana da Anistia” - sessões públicas itinerantes nas quais são apreciados os requerimentos de anistia política. As caravanas são promovidas pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
O julgamento ocorreu integrado ao cenário e à platéia na qual se encontravam também os atores. Tanto que o presidente da comissão da Anistia, Paulo Abrão, ao receber a instrução de dirigir-se à mesa, questionou: “mas onde está a mesa?” Tratava-se de uma longa passarela coberta de vermelho, em torno e sobre a qual se desenrolaria “O Banquete” e toda a sessão. 
Esta foi a primeira vez que um julgamento ocorreu dentro de um teatro. “É importante levar o julgamento para onde as pessoas tiveram suas vidas violadas.  Estamos aqui para reconhecer as responsabilidades do Estado na repressão, mas também para resgatar a dignidade de pessoas que sofreram porque não baixaram guarda”, disse Abrão.
O relator do processo, Prudente Mello, que foi ator, leu seu voto caminhando pela passarela e descartando no chão as páginas já ditas. Ele resgatou a trajetória de Zé Celso, o cenário político à época da ditadura e toda a perseguição, violência e repressão pela qual o dramaturgo passou.
Citando trechos de poemas e canções relacionadas à obra de Zé Celso, ele concluiu que tais violações do Estado, além de atentarem contra os direitos humanos, prejudicaram também o exercício profissional do teatrólogo. Sua carreira de diretor e a atuação de seu grupo Oficina foram cerceadas pelo regime autoritário.
O  voto do relator, aprovado por unanimidade pelos nove conselheiros, determinou ainda uma reparação econômica a Zé Celso. Ele receberá uma pensão mensal de R$ 5 mil reais, que deve ser retroativa a julho de 2001. O valor acumulado soma cerca de R$569 mil.
Denúncia contra a tortura
Anfitrião, Zé Celso começou sua fala entoando o hino oswaldiano “tupi or not tupi, that is the question”. Entre danças e cantos, ele deu uma aula sobre identidade brasileira. Elogiou o governo Lula e incentivou esforços para romper a burocracia estatal, herdada da ditadura. Vestido de terno e gravata – destoando de seus colegas de palco -, o teatrólogo confessou: “No governo anterior, não pisei no MinC, porque tinha um sociólogo idiota por lá”.
 Zé Celso contou que, após ser torturado, foi levado pelos seus algozes até uma porta. “Tiraram meu capuz e, quando a porta abriu, eu entrei na legalidade. Vi que vivemos em uma sociedade na qual o que é podre está escondido. Por isso entendo que o que é tabu tem que se discutido, trazido à tona”, disse diretor. “Depois da prisão, eu sacralizei o corpo, por isso adoro a nudez.”
Ele usou seu discurso para falar também sobre a tortura praticada pela polícia e destacou a importância do Plano Nacional de Direitos Humanos. Em entrevista coletiva, defendeu: “É importante o Estado fazer essa reparação, mas temos que ter os olhos muito voltados para hoje também, porque há problemas gravíssimos ainda”.
“Esse evento foi muito significativo, estão aqui pessoas poderosas que lutam para que os torturadores sejam punidos. E temos que lembrar que preso político e bandido é tudo gente. Não pode haver tortura para nenhum, é imperdoável”, completou.
A caravana
“O compromisso da Caravana da anistia é com a verdade das vítimas, com aquela vozes que foram caladas no passado, não com a verdade oficialesca”, disse Paulo Abrão no evento. Ele informou que a caravana, que existe desde 2001, já julgou 53 mil de um total de 65 mil processos apresentados à comissão de anistia. Destes, 33 mil foram deferidos.
“Quando o caso é notório, os fatos são conhecidos, é mais fácil. Mas outros casos só poderão ser reparados com a abertura dos arquivos da ditadura. É importante exercer o direito à verdade”, encerrou.
Pensando em agregar uma atividade cultural aos julgamentos itinerantes, a 35ª Caravana da Anistia promoveu, ao final da sessão, em parceria com o teatro Oficina, a peça “O Banquete”, de Platão, sobre Eros, o deus do amor.
Da Redação,
Joana Rozowykwiat



O GLOBO - Ditadura Militar - José Celso Martinez é anistiado por unanimidade em São Paulo e ganha indenização de R$ 569 mil
Publicada em 07/04/2010 às 19h40m
Marcia Abos

O dramaturgo Zé Celso Martinez 
Correa - Divulgação
SÃO PAULO - O diretor teatral, dramaturgo e ator José Celso Martinez Corrêa, de 73 anos, foi anistiado nesta quarta-feira em São Paulo, após uma sessão da Comissão de Anistia do Ministério Justiça realizada no Teatro Oficina. Todos os conselheiros da Comissão de Anistia votaram a favor do parecer feito pelo jurista Prudente Mello, relator do processo, que recomendava que o diretor teatral recebesse o pedido de perdão do Estado brasileiro após ter sido preso, torturado e exilado durante a ditadura militar e como reparação uma pensão vitalícia no valor mensal de R$ 5 mil, além de indenização retroativa de R$ 569.083,33, referente ao mesmo valor mensal a ser pago retroativo a contar de 5 de julho de 2001.
Segundo Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia, será enviado um ofício ao Ministério do Planejamento e Zé Celso deve começar a receber a pensão mensal em um prazo de cerca de três meses. Quando à indenização de R$ 569.083,33, o Estado pagará este valor em diversas parcelas em um prazo de aproximadamente dez anos, de acordo com Abrão.
" Posso afirmar que a ditadura operou sobre mim e o que Glauber Rocha chamava de assassinato cultural "


A comissão reconheceu que Zé Celso sofreu danos físicos e morais por ter sido preso, perseguido, vigiado e torturado. Além disso, a carreira do diretor, que revolucionou o teatro brasileiro com espetáculos como "O rei da vela" e "Roda Viva", foi cerceada e prejudicada, assim como o seu grupo de teatro, o Oficina, que acabou por se dissolver após a censura imposta a diversas peças.
"Posso afirmar mesmo que a ditadura operou sobre mim e o Oficina o que Glauber Rocha chamava de assassinato cultural. Eu e o teatro fomos assassinados socialmente. A própria sociedade brasileira, os jovens que começavam a fazer teatro nestes anos, achavam que eu tinha morrido e muitos decretaram a morte do Teatro Oficina. Os quinze anos foram de uma luta enorme para acreditar que nós tínhamos resistido à repressão, à tortura e para provar a mim mesmo que eu estava vivo de novo. Não falava quase em tortura ou repressão, somente em atos teatrais, para não virar vítima e tocar a criação adiante. Reaberto o teatro foram mais de 10 anos de muito sucesso, mas de muita luta para provar ao próprio público do Oficina dos anos 60 que nós tínhamos ressuscitado e estávamos fazendo um trabalho de tanto ou mais valor do que nos anos 'dourados' ", escreveu Zé Celso no relato que enviou à Comissão de Anistia em 8 de dezembro de 2004.

Anistia para Zé Celso!! HojE e Já!!

http://sagradocacete.wordpress.com/2010/04/08/anistia-para-ze-celso/

Renascimento:
Preso, torturado e exilado, o diretor Zé Celso precisou de 15 anos para retomar em plenitude a sua criação. Foto: JF Diorio/AE
No dia 22 de maio de 1974 o encenador, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa foi abordado por homens armados que o encapuzaram, colocaram-no dentro de um carro e o levaram. Era mais uma prisão realizada durante o regime militar que tivera início com um golpe dez anos antes. Zé Celso foi levado para o Departamento de Ordem Política e Social, na região da Luz, onde passaria quase um mês. No Dops foi torturado. Passou pelo pau de arara e levou choques e golpes que lhe arrancaram alguns dentes. Depois foi jogado em uma solitária.
Mais de três décadas depois, Zé Celso receberá autoridades do governo brasileiro ao som do Hino Nacional executado em ritmo de bossa nova em seu Teatro Oficina numa solenidade de celebração da democracia. Vestido num terno, ele será hoje, a partir das 14 h, o anfitrião da 35.ª Caravana da Anistia. Criada em 2001, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça tem como função analisar os requerimentos de pessoas que foram vítimas de perseguição política entre 1946 e 1988 (lei 10.559/2002). Desde abril de 2008, foi criada a Caravana da Anistia que aprecia processos em atos públicos, numa ação cultural de resgate de memória.
Veja também:

Vídeo de Zé Celso falando de direitos humanos
A caravana já percorreu 17 Estados e apreciou publicamente mais de 800 processos. O educador Paulo Freire e o líder dos seringueiros Chico Mendes estão entre os já homenageados. Em ato inédito desde sua criação, a 35.ª Caravana da Anistia, que contará com a presença do ministro da Cultura Juca Ferreira, fará a apreciação apenas do processo do diretor Zé Celso, no Oficina, no seu 35.º ato público.

Será também teatral e terá início às 14 h, no Oficina, seguido de apresentação gratuita do espetáculo O Banquete. Dezenas de artistas foram convidados.
Zé Celso enviou requerimento de pedido de “indenização por prejuízos causados pela ditadura militar” no dia 8 de dezembro de 2004 à Comissão da Anistia, documento ao qual o Estado teve acesso (leia trecho ao lado), e será lido na íntegra pelo relator Prudente Mello hoje no palco do Oficina, mais especificamente no cenário de O Banquete, uma imensa mesa retangular que toma toda a pista do teatro. Nesse documento, Zé Celso relata sua prisão e a de companheiros de teatro, a tortura, os obstáculos à continuidade do Oficina impostos no período por meio de censura aos textos ou interdições às encenações, o exílio de cinco anos, o incêndio destruidor no teatro. Relata com detalhes a difícil passagem dos tempos de resistência obscura, período em que ganhou a alcunha de decano do ócio, aos novos tempos de “re-Existência”, a partir dos anos 90, quando efetivamente conseguiu retomar sua arte em plenitude, na criação de espetáculos como Bacantes, Cacilda! e Os Sertões.

“A tortura tatua o corpo. Quem passou pela tortura vai combatê-la sempre”, diz Zé Celso em vídeo que pode ser visto na TV Estadão, no qual fala sobre Direitos Humanos, tortura, liberdade, arte e política.
PALAVRAS DO ZÉ NO SEU APELO A AUTORIDADES
“Por muitos anos tentei recalcar para poder sobreviver e viver de novo os danos causados pela ditadura no meu corpo, na minha alma, no meu trabalho profissional e no de minha criação o que vale também para o corpo físico do Teatro Oficina. Posso afirmar que a ditadura operou sobre mim e o Oficina o que Glauber Rocha chamava de assassinato cultural. Eu e o teatro fomos assassinados socialmente. Muitos achavam mesmo que eu tinha morrido, me apontavam como vítima que a ditadura tinha eliminado, consideravam que eu e o teatro não teríamos mais uma segunda vida. Foram 15 anos de uma luta enorme para provar a mim mesmo que eu estava vivo de novo. Não falava quase em tortura ou em repressão, somente através de atos teatrais. Reaberto o teatro, foram mais de dez anos de muito sucesso para provar que nós tínhamos ressuscitado.”
SERVIÇO:
Solenidade da 35ª Caravana da Anistia seguida de O Banquete.


Zé Celso diz que vai gastar indenização da ditadura com maconha, vinho, remédios e teatro
União indeniza diretor com R$ 596 mil e pensão vitalícia de R$ 5.000 por perseguição
Miguel Arcanjo Prado, do R7
“O dia 7 de abril de 2010 é um dia histórico!”. Foi assim que o diretor teatral José Celso Martinez Corrêa, 73 anos, definiu esta quarta-feira (7), quando recebeu o pedido de perdão do Estado brasileiro por ser vítima de perseguição durante a ditadura militar (1964-1985). 
Julia Chequer/R7 
Foto por Julia Chequer/R7
Veja fotos da solenidadeO presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abrão, pede perdão a Zé Celso em nome do Estado brasileiro

Na sede do Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, região central de São Paulo, ele recebeu por unanimidade do conselho da Comissão de Anistia Política do Ministério da Justiça indenização de R$ 596.083,33 retroativa a 5 de julho de 2001, além de pensão vitalícia de R$ 5.000, como reparação por males feitos ao artista e à sua companhia pelo Estado.

O R7 acompanhou a solenidade de julgamento do pedido de indenização feito por Zé Celso em 2001. Foi a primeira vez que uma sessão oficial do Ministério da Justiça foi realizada em um teatro. Assim que acabou a cerimônia, o R7 perguntou ao diretor o que ele pretende fazer com a quantia. Irreverente, respondeu:

- Sou uma pessoa cara. Gosto de vinho e maconha [risos]. R$ 500 mil dá para fazer muita coisa... Vou fazer muita coisa por mim, porque eu preciso me cuidar, meus remédios são caros, já que tenho problema no coração, e também vou fazer muito pelo meu teatro. É uma vitória coletiva, porque sempre trabalhei em equipe.

A cerimônia foi toda feita ao ritmo do teatro que Zé Celso pratica há 51 anos. O Hino Nacional foi cantado em vários ritmos, indo da bossa nova, ao samba-enredo, passando pelo rock. Ao ver um vídeo que relembrou os horrores da ditadura, o diretor, que chegou a ser torturado durante o regime, chorou. 
O presidente da Comissão da Anistia, Paulo Abraão Pires Jr., contou que ela existe desde 2001. A partir de 2007, as sessões de julgamento dos processos concedidos ocorrem em espaços públicos como forma de reavivar no povo brasileiro a memória dos anos de chumbo.

- A reparação econômica a essas pessoas é apenas um aspecto da reparação moral. Já recebemos 60 mil pedidos de indenização, dos quais 50 mil foram apreciados e 30 mil foram reconhecidos como sendo vítimas de perseguição por parte do Estado.
Durante seu discurso, Zé Celso disse que deve “à maconha 40 anos de vida muito inspirados”. Segundo ele, que é neto de uma índia, os rituais indígenas são a razão de sua vitalidade.

- Todo dia eu faço duas coisas: queimo um baseado e tomo guaraná em pó.

Zé Celso citou a briga com o Grupo Silvio Santos pelo terreno no entorno do Teatro Oficina como sendo “a briga entre Davi e Golias”. E defendeu a nudez dos atores de seu grupo como sendo resultado de uma busca estética antropofágica, na qual “todos precisam se comer e serem comidos”.

O diretor ainda criticou o fato de o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) não ter tombado ainda o entorno de seu teatro. Ele elogiou a gestão do governo Lula e do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, mas alfinetou os oito anos de Fernando Henrique Cardoso na Presidência. O artista ainda aproveitou para protestar contra o ditador cubano Fidel Castro:

- Se eu fosse amigo de Fidel, como é o Gabriel García Márquez, o Frei Betto e o Lula, eu diria para ele ter um grande gesto antes da morte e liberar logo essa ilha, senão ele vai morrer como Batista [o ditador Fulgencio Batista, deposto pela Revolução Cubana de 1959]. Cuba libre já!
Zé Celso Martinez Corrêa - Julia Chequer/R7
Zé Celso chora nesta quarta (7) durante solenidade no Teatro Oficina - Foto: Julia Chequer/R7
Zé Celso: irreverência solene -7 de abril de 2010 19:05 por Nilton Fukuda

“Por muitos anos tentei recalcar para poder sobreviver e viver de novo os danos causados pela ditadura no meu corpo, na minha alma, no meu trabalho profissional e no de minha criação o que vale também para o corpo físico do Teatro Oficina. Posso afirmar que a ditadura operou sobre mim e o Oficina o que Glauber Rocha chamava de assassinato cultural. Eu e o teatro fomos assassinados socialmente. Muitos achavam mesmo que eu tinha morrido, me apontavam como vítima que a ditadura tinha eliminado, consideravam que eu e o teatro não teríamos mais uma segunda vida. Foram 15 anos de uma luta enorme para provar a mim mesmo que eu estava vivo de novo. Não falava quase em tortura ou em repressão, somente através de atos teatrais. Reaberto o teatro, foram mais de dez anos de muito sucesso para provar que nós tínhamos ressuscitado.”
Palavras do diretor teatral Zé Celso que sofreu na pele as arbitrariedades da Ditadura Militar.O diretor teatral foi preso, torturado e exilado durante os anos de chumbo. Em cerimônia realizada hoje (07/04), no Teatro Oficina, Zé Celso recebeu membros da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que tem a função de analisar os requerimentos de pessoas que foram vítimas de perseguição política entre 1946 e 1988 (lei 10.559/2002). Como bom anfitrião, Zé Celso recebeu a 35.ª Caravana da Anistia, com a peça ‘O Banquete’. Realidade e ficção se misturaram no evento. Zé Celso enviou requerimento de pedido de ‘indenização por prejuízos causados pela ditadura militar’ no dia 8 de dezembro de 2004 à Comissão da Anistia. Leia matéria.
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
O diretor Zé Celso recebeu a 35.ª
 Caravana da Anistia, com a peça 'o Banquete', no Teatro Oficina. São 
Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE
Teatro Oficina. São Paulo, 0704/2010. Foto: Clayton de Souza/AE

Vídeo

http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/multi/2010/04/06/0402983368E0C18326.jhtm

ZÉ CELSO RECEBE NO OFICINA COM “O BANQUETE” A COMISSÃO DE ANISTIA DO MJ

http://afinsophia.wordpress.com/2010/04/08/ze-celso-recebe-no-oficina-com-%E2%80%9Co-banquete%E2%80%9D-a-comissao-de-anistia-do-mj/

 

Publicado quinta-feira, 8 abril, 2010
 
O teatrólogo, ator, cantor, compositor, coreógrafo, ex-preso político torturado e exilado pelo regime militar, Zé Celso Martinez Correa, recebeu ontem, dia 7, no Teatro Oficina, em São Paulo, a 35ª Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, responsável pela análise dos processos das pessoas que foram presas, torturadas e exiladas, no período da ditadura que dominou o Brasil de 1964 a 1985.
Zé Celso, que em 8 de dezembro de 2004, entrou com pedido de “indenização por prejuízos causados pela ditadura militar” na Comissão de Anistia, recebeu os membros da Comissão com seu espetáculo criativo, instigante e combativo, “O Banquete”, fazendo com que todos participassem da ficção teatral tornada realismo.
Foi um verdadeiro banquete, onde as cenas do espetáculo se fundiram com os anseios pela busca da verdade que o Brasil precisa. Um banquete do amor pela democracia.

07/04/2010 - 20h19 -Zé Celso é indenizado em R$ 570 mil por tortura durante ditadura militar


Da Redação
Lenise Pinheiro/UOL
Diretor do Teatro Oficina José Celso Martinez Corrêa durante 
cerimônia de anistia política do período de ditadura militar 
(07/04/2010)
Diretor do Teatro Oficina José Celso Martinez Corrêa durante cerimônia de anistia política do período de ditadura militar (07/04/2010)

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