segunda-feira, 7 de setembro de 2009

(IN)Dependência



O que significa isso?

INDEPENDÊNCIA (in.de.pen.dên.ci:a) sf.
1  Estado ou caráter de quem goza de autonomia, de liberdade com relação a algo ou alguém: Este século será o da independência da mulher.
2  Caráter daquele ou daquilo que não se deixa influenciar, que tem autonomia de julgamento e ação: A independência daquele jornal é um fato.
3  Caráter daquilo ou daquele que tem ideias e maneiras próprias, que não se deixa guiar pelas regras e padrões estabelecidos.
4  Autonomia de caráter político (guerras de independência).
5  Situação material capaz de assegurar uma existência segura, confortável: Depois de muito trabalhar, conseguiu afinal sua independência.
[F.: in -2 + dependência. Ant. ger.: dependência.] - AULETE DICIONÁRIO DIGITAL
Dentre tantas contradições das quais me "elaboro" cotidianamente, o significado de INDEPENDÊNCIA ainda é um conceito em aberto para mim... (In)dependência: uma oposição binária que se completa ao longo do tempo, do espaço, repletos de significantes e significados. 
Em 7 de Setembro de 1822, num ato simbólico, às margens plácidas do Riacho Ipiranga, atual Cidade de São Paulo (será que trocaram Tietê pelo Ipiranga? Acho que não iria rimar com o hino depois!), um POVO HERÓICO, comandado pelo Príncipe Regente D. Pedro, num brado retumbante proferiu:  INDEPENDÊNCIA OU MORTE! 
Se estamos aqui para contar a história é óbvio que escolhemos a independência. 
Mas o que me questiono até hoje: independência de quem? Para quem?
Bom, sabe-se, àqueles que ainda lembram um pouco da História Colonial brasileira (caso não se recordem pesquisem na WIKIPEDIA), tratava-se de uma mera ruptura de Modelos de Estados  e, principalmente de Modelos Econômicos, dados pela Revolução Francesa e Revolução Industrial (na Inglaterra), que estavam se consolidando na Europa e, consequentemente, sendo importados às Colônias. 
Portugal, seguindo os mandos da (sua Colonizadora) Inglaterra, a quem tinha forte ligação de dependência econômica, DECRETOU a independência do Brasil. Como um ato aclamado de pura Bravura, reavaliamos que a intenção era deixarmos de estar restritos ao mandos portugueses e passarmos a ter uma forte influência econômica e comercial com os Ingleses. Após, como sabemos, nossa tutela foi outorgada aos Estados Unidos da América do Norte.
Sob a bandeira da LIBERDADE e da INDEPENDÊNCIA (ainda a IGUALDADE e FRATERNIDADE, lemas da Rev. Francesa), ingressamos, sob o manto das idéias Iluministas, no Modo de Produção Capitalista, e vimos, ao longo dos séculos, o Brasil ser dilapidado, espoliado, explorado, subjugado das mais diversas formas e intensidade. 
Nos tornamos Capitalistas, face a opção do nosso Colonizador, pois era (e é) o Modelo Econômico mais "igualitário" e mais "justo", em que tod@s somos LIVRES, mas juntamente com esta ausência de voz do POVO BRASILEIRO, vendemos  a preço de "banana" nossa fortuna e nossa dignidade, coisa que até hoje o fazemos das mais variadas formas - formas essas que consolidam e mantêm os poderes econômicos e ideológicos.
A ausência do debate e de compreensão do motivo que hoje é um feriado nacional perpassa as gerações. Um exemplo que abstraio da Reportagem do Jornal do Almoço (RBSTV-SC): uma Mãe vestiu seu filho com a farda camuflada do Exército Brasileiro, menino não mais de 7 anos, para ir ao Desfile, na entrevista a Mãe diz que é a forma de mantermos viva a nossa cultura e nosso civismo, todavia, o nome do Menino é Mickael (troquei o nome para não ferir a integridade da criança, contudo, tratava-se de um nome "made in USA"). 
Manutenção de qual cultura? Cultura da forma? Da estética? Do significado sem o seu devido significante?
Sim! Uma cultura destituída de todas as análises críticas do que se trata nosso ótimo feriado que, neste ano de 2009, é uma segunda-feira! (até o Garfield hoje está feliz no Brasil!).
(IN)dependente dos meus devaneios (ao qual me liberto no blog dos rigores científicos) há um BRADO QUE NÃO PODE NUNCA SER SILENCIADO, que é o Grito dos Excluídos deste Pacto Social injusto, indigno e exploratório, que fere a dignidade de grande parte do POVO genuinamente brasileiro.
VAMOS BERRAR JUNT@S, pois todas as queixas e necessidades de luta continuam, em 2009, extremamente pertinentes!
O dia 07 de Setembro está chegando e o Grito dos/as Excluídos/as, reafirma  mais uma vez a capacidade, a força e a responsabilidade dos trabalhadores/as excluídos/as como construtores/as de uma Nação Livre e  soberana.
O Grito nasceu como um movimento que reconhece o protagonismo do povo sofrido, se manifesta nas ruas, opina, atua, persiste e acredita que tem nas mãos, a possibilidade de transformação.
A aguerrida população brasileira resiste, mesmo diante da violência, do desemprego, da ganância dos banqueiros, dos latifundiários, das taxas de juros. Na resistência se solidariza se fortalece, acredita, organiza, mobiliza e pressiona para transformar a dura realidade do nosso país.
Retomar o trabalho de base, discutir, definir com a população os  principais problemas e como buscar juntos as alternativas, é o eixo central do Grito dos/as Excluídos/as na construção de um Brasil mais justo e com maior  igualdade econômica e social.
Apesar da atual crise política e da corrupção que  assola nosso país, continuamos animados, mostrar que em nossas mãos está a chave das mudanças e reafirmar que esta é a pauta do nosso Grito por um Brasil melhor.  Com muita simbologia, criatividade e ousadia, vamos fazer ecoar nosso grito, nossa voz. 11º GRITO DOS EXCLUÍDOS NO BRASIL CAMPANHA  2005
  Poema dos 15 anos do Grito dos Excluídos
Neste momento de graça
De esperança e luz
Para narrar com firmeza
Pedimos força a Jesus
Com a mente iluminada
Falamos da caminhada
Do povo que vos conduz
O que vamos relatar
Fala como começou
O grito dos excluídos
Quem o idealizou
Na semana social brasileira
Surgiu a idéia primeira
E o Grito o povo aprovou
Um coral de várias vozes
Uma manifestação popular
Com brilho e simbolismo
Dos que querem transformar
Grupos, Ongs, igrejas e entidades
Gritando por igualdade
Para a vida melhorar
Completa hoje 13 anos
O grito dos excluídos
Povo sem vez e sem voz
Pelos governos esquecidos
Com fé, esperança atua
Todo ano vai à rua
Gritar para ser ouvido
Os objetivos do grito
É denunciar a exclusão
Anunciar a esperança
levar a informação
Propor um modelo novo
Que integre a vida do povo
Com poder de decisão
O Grito a cada ano
Traz um lema relevante
Ligado à vida do povo
Com informação importante
Aborda vários problemas 
http://www.gritodosexcluidos.org